sábado, 9 de fevereiro de 2013

Formas de Amar...Entrega e Aceitação...

Como me sinto eu amada?
Como sei eu, se sou realmente amada, querida...a cara metade?

As formas de manifestar os afectos e o amor, são as formas que nos asseguram o sentir, e a reciprocidade, nos asseguram, a vivência plena do amor.

Hoje vamos conversar sobre dois conceitos associados ao amor, e que são sem dúvida os pilares da relação...entregar e aceitar, distintos e interligados, independentes e dependentes...

Na entrega é preciso fazer com que todo o processo seja genuíno, sem espera, em total confiança, sem reservas de forma a que o outro receba sempre tudo de nós, e nos sinta e veja em tudo o que somos e fazemos pela relação, pelo outro.

Numa promessa de que esta entrega será sempre assim, para todo o futuro da nossa relação, alimentando-a e fazendo-a durar no tempo, na intensidade, nos degraus do percurso, mas sempre certa de sua existência. 

Uma entrega que me faz sentir que na troca virtual e inesperada, me sinto cuidada, protegida, aceite, e retribuída pelo afecto, não pesando ou medindo essa retribuição com as mesmas ferramentas...

...pois a moeda de troca, na sua justiça será a do outro, a que o outro sentir que representa o seu sentir e a sua entrega, e na minha recepção, reconheço, o equilíbrio do dar, pelo gesto de o receber.


Esta é parte da beleza de amar, e de conseguir sentir de forma tão profunda o outro...numa entrega recebida. 

É amor puro, é uma comunhão forte e intensa, que nos apaixona, na troca, uma vez, após outra, seja qual for o tipo de amor de que se fale.

É saber nos olhares, de forma mútua, que o que eu sinto tu sentes, e essa entrega é tua e minha, é pura, é sentida, é sexual, é física, é maternal, é prazer por dar e ser no outro, sem mais nada...forma pura de felicidade. É estar lá uma vida, sem fazer mais sentido a tua sem a minha, ou a minha sem a tua, pois os caminhos são juntos há longo tempo, ou tempo nenhum...

Mas entregar e dar, com esta profundidade e desprendimento, só ocorre se te aceito por quem és, se te admiro por aquilo que representas, e se te aceito de tal forma que mesmo em momentos que aparentemente poderia não ter razões para me entregar, entrego, porque aceito que naquele momento és o melhor que sabes ser, por ti e para mim. 

Aceitar é mais difícil do que dar, mas no aceitar está a chave, da tua e da minha felicidade...Se aceito, amo pela essência, na íntegra, sem um senão ou questões, sem pedidos ou desejos velados...aceito porque amo quem és, aceito que sejas assim, aprendo é a pedir-te que às vezes sejas por mim, diferente na entrega, sem te mudar, porque te aceito.

Aceitar, é acreditar que na tua diferença, existes em mim de forma que me completas, é acreditar que na tua diferença, me dás o que não sou capaz de ter, é perceber que o que me dás é o teu amor, na forma que te descreve, nos gestos e símbolos que só nós sabemos e reconhecemos.

Aceitar é brincar com o conceito, de que diferentes, podem ser iguais, e que por muito diferentes que sejamos, se aceitamos o outro por quem é, recebemos dele, não na minha forma, mas na dele, o seu sentir, e o seu dar...e se conseguirmos, reconhecer o positivo, o esforço, a dádiva, então conseguimos com grande sucesso, fazer uma relação funcionar, ainda que por vezes códigos diferentes sejam utilizados, quer para comunicar, quer para dar, ou receber.


Entregar e Aceitar, Dar e Receber, faz-nos donos de nós, nobres no sentir, capazes de investir na relação e levá-la ao seu ponto mais alto, faz orgulho nas nossas capacidades, na profundidade do amor vivido, na história de Vida conquistada, a cada encruzilhada partilhada....

Entregar e aceitar em pleno, faz de nós capazes de amar, e em pose de Leão, defender com orgulho o Outro, o Eu, e o nosso amor...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MÃE

Eu vivo, porque me deste
eu sou, porque tu foste...
Eu sou, porque me ensinaste.
Eu sinto e tu sentes,
eu choro, e dói-te em ti...
Eu rio e tu sorris,
eu faço e tu orgulhas-te,
eu engano-me e tu abraças-me.
Tu estás e eu vivo-te sempre pouco,
tu vives e eu vivo saudade...
Eu gosto, e tu gostas mais...
Eu sou porque tu és,
em parte eu sou tu...
e, tu sonhas, que em parte eu serei tu,
amanhã,
e, depois,
em mim,
e neles...os de mim.

NÃO DESISTIR...

Vamos conversar sobre desistir e não desistir...

O que faz a diferença de caminhos...o que influência a decisão, a força, a vontade de ficar e não partir, de lutar e de não deixar para trás?

Nós. Quem somos e por aquilo que nos valemos...esta é a primeira resposta, a diferença na escolha de caminho, reside sempre em nós, em quem somos, e no que queremos, muito ou pouco, para nós naquele preciso momento da nossa Vida.

Reside nas características que me fazem ser o que sou, que são a minha impressão digital da alma, do meu ser, e que nessas linhas que me definem, e desenham o meu caminho, com curvas e contra-curvas, desenham-se também as possibilidades de reacção que possa ter perante esses desafios - desafios da Vida, de relação, de amor, de dinheiro, de trabalho, de educação...

Reside na capacidade de ter uma perspectiva desse desafio e das minhas próprias capacidades, adequada, nem diminuída por baixas auto-estimas, nem aumentada, por um Ego inchado; conseguir ver o problema pela, e na sua, verdadeira dimensão, num teste ao optimismo e à fé em mim...é conseguir sentir que se pode partir uma montanha em pedras de diversas dimensões, que se podem deslocar, partir mais, dividir entre outros, e que através dessa sensação de diminuição de tamanho, me sinto mais em controlo, mais segura, de e para, conseguir digerir tamanho desafio. 

De conseguir carregá-lo em mim, e descobrir forças, menos exigentes ou gigantes para lutar contra tudo e todos! Lembrei-me agora, da história em quadradinhos, do pé de feijão, versão Disney, em que o Mickey é encarregue de ir lutar contra o Gigante, porque na sua pequena casa, tem uma grande luta, e acaba por conseguir matar sete moscas, e o seu alarido foi tal, que a população sem saber que ele lutou apenas contra moscas, confia nele para dizimar o gigante, e ele envergonhado pelo diminuto feito, não volta atrás e arranja coragem para seguir caminho, sobe o pé de feijão e vai enfrentar o Gigante...

A resposta reside também em ser capaz de aprender, com o passado, perceber o que me fez sair vitoriosa(o) de lutas anteriores, que ferramentas usei que funcionaram, com quem contei, encher os pulmões de ar, e acreditar na missão impossível à qual me entrego.

O passado não é só lição de história, é também evocação de possíveis soluções, respostas, trunfos, recursos, e é base sólida, para a coragem que ganho.

Para conseguir ter forças para seguir em frente, recupero e ganho essas energias, nas estratégias que funcionaram no passado, na minha fé em mim, no querer muito o que estou a tentar ter ou alcançar, no saber avaliar de forma adequada o tamanho do desafio, não me deixando abater, por me julgar sobrecarregada pelo desafio, e como na maioria das coisas da Vida, tenho de arregaçar mangas e começar por algum lado, se parti a montanha, começo pelas pedras pequenas e vou aumentando, até ter desmanchado a pilha toda, não as carregando todas nas costas, nem de uma só vez...


E sonhar sempre com o fim, com a solução que está, ou pode estar, próxima, quase ao nosso alcance, e porque nos recusámos a estar quietos e a não fazer nada, porque nos recusamos a DESISTIR...ela poderá mesmo ser nossa.


Não quero acabar, sem reforçar, que as forças e a fé em nós, que nos impedem de desistir, residem também muitas vezes, ou são reforçadas outras tantas (redobradas até), se nos apercebermos da fé que os nossos amigos, familiares, companheiros, têm em nós...parte da nossa força em nós mesmos, vem de sabermos, que eles têm toda a fé deles em nós e nos nossos gestos, pelo amor que nos têm...não desistam, a solução pode estar do lado de lá da porta.


LADO ESCURO DO AMOR

Amor, sentimento de entrega, vivido nas veias e na pele, que nos faz pertença do outro, nos faz existência vazia na sua ausência.

Estrela Polar, do meu Norte, Bússola orientadora, Lua das marés, hormona do meu sentir...


Sentimento de poesia e de entrega, mas que arrastam consigo, um lado negro, escuro, que acalenta dores, angústias, desespero...medos, traição, insegurança, perda, vazios...


Amar, faz parte da Vida, das relações, do ser humano, e nós não sabemos parar de amar, mesmo que muito tenhamos sofrido, por causa de amores, porque nós não nos cansamos do que se sente quando se ama.

Sofremos, quando se ama um filho e este cresce, cresce para fora do ninho, voa, com asas de liberdade e de novo ser, com personalidades por nós não sonhadas, ou até desejadas.

Sofremos, por amores de filhos, querendo eterna a Vida dos nossos pais, no zelo a que nos habituaram, num amor tão profundo que nos protege de tudo de mau.


Sofremos no amor a um companheiro, que por momentos, por lapsos e intervalos, pode não estar lá, ou não estar em completa sintonia.


Sofremos por amor a um País que nos desilude, ao não nos acolher ou não retribuir a intensidade do nosso trabalho e dedicação.

Sofremos por amor de entrega intensa a um trabalho que nos apaixona, sem paga possível, em que apenas gestos de reconhecimento ou apreço chegariam.

Sofremos por quem partiu, e por quem sofre por estar..., pois amar é tudo isto. É arriscar a ter a dor por perto, quando o amor pode estar longe de nós, é arriscar a não saber viver sem ser por amor, fazendo-nos sentir perdidos, onde somos capazes de nos dar na totalidade, para ter esse outro, alvo do nosso amor.


E se amar, não tivesse este lado escuro, de sofrimento, seria tão intenso o lado positivo, da entrega da vivência, da falta de ar só de pensar no que se ama, no que se quer...


Não, acho mesmo que não, mas, doer demais, também não é saudável, mais uma vez falamos dos equilíbrios, não podemos amar até doer, mas doer faz parte de amar, não podemos destruir o nosso eu por amor, mas temos de ser capazes de o por à prova e, em causa.


Não podemos fechar portas, alma e coração à experiência com medo de sofrer, mas podemos no salto de cabeça, assegurar que temos um pára-quedas de emergência, que nos acorda antes do embate total, da destruição pelas forças mais negativas deste sentimento inspirador e belo.


Amar, é um percurso de descoberta e de caminho para um ser mais profundo, temos de ir tendo cuidados, que não nos deixem as forças mais negras e escuras, ofuscar a Luz, que o amor tem e que nos pode guiar um melhor amanhã. 

Pensemos nisto, talvez o saber popular, esteja certo, só porque a realidade assim o demonstra, o ser humano continua a preferir amar, ainda que por um dia, do que sentir que viveu uma Vida toda, sem amor.

LÁGRIMAS

Sentimento indomável, 
quente, 
ácido...
que liberta uma dor...
marcando o território por onde passa.
...água dorida,
numa explosão sentida, 
carregada e vazia. 
Mãos invisíveis que se estendem e, 
pedem,
recuando para o fundo da alma...
Lágrima,
rosa de cinza lançada ao mar,
espelho de alma e coração,
liquido que se espelha na face...
coração que se rasga de emoção.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Anoitecer nos teus braços...

Falemos uma vez mais de amores e de amar...

Tenho tido tantos desabafos, sobre as dificuldades que se vivem hoje, sobre as faltas que se vão sentindo e as distâncias que surgem, que vão criando espaços de vazio, onde antes habitavam chamas de calor.

O tempo realmente começa a ser curto, quando se vive com um outro alguém, e se tem uma relação, quando se é pai/mãe, quando se trabalha em casa e fora dela, e nestas urgências rápidas, que nos entontecem no vórtex pelo qual nos passeiam, surgem desejos muito lentos, muito pensados, muito queridos, mas que parecem nunca vir à superfície, desta areia fina, que escorre na minha ampulheta.

Como enfrentar o desafio dos nossos tempos, nos quais, sem podermos correr riscos que possam por em causa a nossa estabilidade financeira, que possam por em causa o tempo dos filhos. Como é que enfrentamos as necessidades de ter outros tipos de tempos...?

Ontem falava com um cliente e dizia-lhe que ter filhos é aprender a perder a liberdade, em vários sentidos...ao que ele me respondeu que não, que se ganha liberdade, pois passa-se a viver a Vida livre de tudo o que antes nos amarrava, e ai sim ganhamos a liberdade de viver por amor. 

Achei lindo, na realidade a perda de liberdade, em qualquer sentido, seja ela pelos filhos, tempo, dinheiro, etc., não deixa de ser um conceito mental, ao qual nos podemos escapar da mesma maneira, virando o feitiço contra o feiticeiro, e usando aquilo que nos engana, e nos faz viver vidas de hamsters em rodinhas imparáveis, passemos a visualizar esses conceitos de uma forma intelectual que nos desafie a ser livres, a dominar os conceitos que nos estrangulam, e passemos a dominar aquilo que de nós agora foge, o tempo, para podermos, gerir este factor, em total controlo, e na procura de sossego, em momentos que definimos, e nos quais paramos a rodinha.


Vamos fazê-lo durante o dia, e viver momentos de brisa no rosto, vamos vivê-los de noite nos braços uns dos outros...hoje vou adormecer nos teus braços... hoje aprendo a anoitecer em ti...

ANJO DA GUARDA

Photo: ANJO DA GUARDA:
Nada, ninguém,
tudo e todos,
sensação mítica de protecção crente, ou não crente...
inexplicáveis, explicados,
inseguranças, seguras,
teias de mãos invisíveis,
que nos seguram,
nos apertam e abraçam,
carregando-nos para casa...
Sensações de amor profundo,
de entrega,
que nos dão alento, de onde brota esperança inexplicável...
força para levantar, sorrir, viver...
Fazem-nos viver no escorrega do arco-íris,
e sonhar com mundos melhores...