Tantas conversas que se têm, sobre o futuro, sobre o destino, sobre a educação a dar aos nossos filhos, sobre mudança, progresso, o amanhã de quem fica, mas ouve-se pouco, falar dos valores, dos valores humanos, dos valores que se definem e nos dignificam, pois fazem de nós melhores pessoas, fala-se tão pouco desta vida que se leva à margem destes pilares, e destas definições, que vão além de definir o comportamento, definem quem somos, definem o que somos e de que somos feitos, e tocam a alma, a minha, a tua, a de todos.
Porque falamos tão pouco deles...assusta-nos julgarmos-nos, mas julgamos os outros?
Assusta, porque não sabemos viver sem eles, mas não os tendo, não sabemos que fazer?
Onde andam os Homens direitos?
Onde andam as pessoas que são o que mostram, mostram o que são, e vão até ao fim sendo verdadeiras a si mesmas e a tudo aquilo em que acreditam e defendem, não recuando um milímetro sobre aquilo que lhes foi ensinado, sobre o que é certo ou é errado.
Nestas áreas teremos nós variações de cinzento, ou os valores são em sim monocromáticos.
Nunca vi uma mentira não o ser, tenha ela as justificações que quisermos.
Nunca vi tirar algo a alguém, que não é meu, não ser roubar ou furtar, ou foi ou não foi...ninguém empresta sem saber...
Do que precisamos todos nós para acreditar que amanhã pode ser, em que nos baseamos nós para viver a nossa vida e para que na entrega que fazemos a quem nos rodeia e a nós mesmos, aos nossos projectos?
Será que as nossas preocupações se vão perder pelos corredores e pelas ruas, numa chuvada de verão, que acalma poeiras, e nos faz esquecer...será que conseguimos viver e dormir todos os dias, um a seguir ao outro conosco e com os outros, sabendo que esta questão se está a levantar em voz alta, e as sociedades fingem não a ouvir?
Com honestidade, que digo eu aos meus filhos hoje e amanhã sobre valores e humanidade, nas suas questões existencialistas, se os heroís que nos rodeiam, não se erguem altos como as árvores, não estão direitos sem vergar, e mudam agora, daqui a pouco e depois, logo a seguir.
Que lhes digo eu sobre direitos, liberdade, amor e paz...como lhes ensino entrega e responsabilidade...nós sempre aprendemos mais pelo exemplo do que pela palavra...onde vamos nós buscar exemplos, que nos ajudem a ensinar aquilo em que acreditamos, aquilo que constroi sociedades...
Estaremos nós numa sociedade, num mundo que se desprotegeu, e que se esqueceu, e do dinheiro fez Deus? Da mentira fez naturalidade, dos valores, fez tapetes?
Não, eu assim não sou, e assim não acredito, com todas as famílias que trabalho, luto, apoio, e ajudo-as, a serem quem são, a lutarem por aquilo em que acreditam, a serem diferentes, para sermos, um dia todos iguais, na nossa diferença.
Que não se percam os valores, pois esses ensinam, e um dia em que todos precisemos de quem está ao nosso lado, e que por nós pode fazer algo, dar algo, pedir algo, etc., esperemos que se reja pelos mesmos valores, para estarmos todos num mundo de humanidade e entrega, onde a tal dita felicidade, que defendo, e em que acredito, se encontra, na mão que se estende a pedir ou a dar.
Valores...que estejam para ficar...