terça-feira, 19 de junho de 2012

Caminhadas...


A Vida, o caminho, o encontro, os companheiros, as vivências, os risos e os choros...nas caminhadas que fazemos, pelos caminhos que escolhemos, em que vamos sendo cada vez mais nós, ou cada vez mais o fantasma de quem queríamos ser, vamos sendo quem queremos, ou vamos sendo quem os outros querem, vamos criando as próximas escolhas ou cegamente seguimos ordens e instruções...quem somos nesta vida, ou neste caminho, é definido por mim ou por quem?

A reflexão de hoje, vai basear-se nas partilhas que recebo de sonhos incompletos, de desejos desfeitos, de sorrisos por acabar...vamos reflectir, pois quero partilhar convosco a força que precisamos para dar a volta, para caminhar, sempre em frente, erguidos, com a força que temos.

Que caminhadas fazemos, porque as fazemos e para onde nos queremos levar, são questões que temos de carregar connosco a vida toda, e que de vez em quando merecem um certo tempo de reflexão para que não nos deixemos seguir caminhos pouco ponderados, ou vazios no seu sentir. É nestas caminhadas que podemos ser felizes, e não nos destinos, por isso, se não formos cuidadosos e atentos às nossas escolhas, podemos muitas das vezes encontrarmos-nos a viver como que anestesiados, seguindo percursos não questionados, que nos levam a "sentires" pouco felizes, ou a realizações que nunca chegam.

Nos dias de hoje, quer por mudanças culturais, quer por excessos de pressões psicológicas, quer por crises económicas ou ideologias mundiais, que nos fazem temer o futuro e com isso ter incertezas das decisões tomadas no dia-a-dia, na pressão do aqui e agora, vivem-se tempos em que nos entristecemos e esquecemos de ser felizes, tontos, de saber encontrar nas pequenas coisas, ou em pequenos pormenores de improviso, aquela felicidade de quem está bem, consigo e com o caminho, com as escolhas e com quem nos segue...

Todos os dias me confronto com pessoas desesperadas por se encontrarem, por se sentirem melhor, por gostarem mais de si, ou voltarem a gostar de alguém, por se sentirem vivos, por quererem saber nas suas escolhas, que estão certas, ou que caminham bem...e esta é sem dúvida uma tarefa difícil que nos cabe a nós humanos, com ou sem fé...porquê?

Porque sabendo que temos um fim determinado, obrigamos-nos a planear uma vida cheia de objectivos, desejos, degraus de subida, para nos levar a sítios onde achamos que vamos encontrar o que dará sentido à vida que escolhemos e aos caminhos que seguimos...caminhada esta cheia de sacrifícios, desvios, desafios, perdas, despedidas...daí nos questionarmos, daí querermos numa ambição merecida, viver felizes, mas, o para sempre, talvez seja mesmo impossível...

Felizes sim, na medida do possível. Na medida em que eu aprenda a apreciar os momentos que consigo criar, obter, ou até roubar, à Vida, que me segue ou me guia, e que neste jogo de ir atrás ou à frente, eu consigo driblar os jogadores da outra equipa, e sempre que me encontro em jogo, conquisto esse momento para mim, e para os que amo, numa partilha que me dá sentido, que me dá alento, e que me dá forças, com ou sem fé, para ser feliz agora, mais logo, ou quando for...pois para sempre, eu não estou cá. 

Nesses momentos desenho eu o caminho, dou eu sentido à minha vida, não deixando por mãos alheias as decisões da caminhada, e exploro, todos os cantos e recantos, vejo e absorvo todas as paisagens, guardo numa memória só minha todos estes instantes, num álbum fotográfico que visito e revisito, que me inspira a continuar, que me ensina a ser melhor, que me faz rir, nos momentos de chorar.

E, com fé ou sem fé, mas com muita força, nos labirintos de decisão, nos momentos de encruzilhada, procuro a luz em mim, procuro nos meus problemas as minhas soluções, e com ajuda, minha, tua, dos outros, de todos, vejo que posso rir, posso ser eu, pois quem me ama, entende, quem me ama acompanha, dá-me a mão e vamos juntos, com fé ou sem fé, eu sou capaz, pois em mim há força, há uma energia, que se eu permitir, fala mais alto, grita, liberta-se e mostra-me para onde ir, mostra-me como quero ser feliz, e ajuda-me a seguir caminho, sem sede, sem fome, a sorrir, pois afinal, se der alento a esta força, a minha fé em mim, na minha decisão, em quem eu sou, é o pontapé de arranque para esta Vida tão curta, que só pode fazer sentido se eu souber vive-la em pleno, intensamente, e na procura em todo o lado, de ser  feliz, a todo o momento....eu realmente o seja, e me torne capaz de aceitar pequenas gotas de água, que me vão dando, e que se eu souber apreciar, não só me matam a sede, como me ensinam a apreciar o seu valor...

Não há oásis, lagos ou oceanos de felicidade, onde chego um dia e me banho, enchendo-me deste sentir...existe um caminho, premiado, com gotículas que me vão dando esperança, que me vão alegrando, que me vão alimentando...mas tenho de estar acordado, vivo, alerta, para as ver, para as saborear...

Não nos deixemos dormir, usemos esta força interna, de fé intensa no nosso ser, na humanidade, nas capacidades que temos, para acreditar que realmente somos capazes de feitos inimagináveis, que nos permitem ser quem somos, e que nos mostram nos nossos caminhos pedras, diamantes, luzes e estrelas...e com eles, conseguimos construir castelos, sonhos, vidas, felicidade!

2 comentários:

  1. quem mais do que tu, em que me inspiro, para me relembrar do lugar mágico... qual ostra... tantas vezes esquecido

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  2. "O que é bom nasce feito o resto é produto da criação humana com defeito de fábrica"
    Valéria Nunes de Almeida e Almeida

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