quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Malabarismos...luta, cedência, perdão...

Malabarismos, sim, todos os dias e a todas as horas, seja numa relação a dois, seja numa relação a 4, ou familiar...seja até numa relação de amizade...

Malabarismos sim, pois para uma relação resultar, para que os afectos positivos saiam vitoriosos, todos os intervenientes, em algum momento da relação, têm de saber fazer uma alternância, entre as coisas que são típicas e que estão sempre presentes em todas as relações...Uma zanga, uma discussão, o não querer ceder a razão, o achar que se está certo, o ter feito algo errado...entre tantas outras...
Jogar com o que há, e alternar o que se tem entre mãos, essa sem dúvida tem de ser a estratégia...Viver a dois, passa por este jogo constante entre os motivos que nos irritam, que nos zangam, terem de ser articulados, equilibrados, balanceados...chamem o que quiserem, com momentos em que apelamos à cedência, nossa e do outro, ou ao perdão, nosso e do outro...e neste jogo a duas ou quatro mãos, vamos ganhando uma história que nos renova a cada discussão ou desacordo, vamos ganhando histórias que nos unem e relembram como foi fácil resolver algo no passado, como foi importante perdoar, ou ceder, em determinados momentos da  caminhada, para que o Todo fizesse sentido....

Uma relação ganha, por sermos capazes de sem tomar em conta, quem fez, quando o fez, e quem tem de fazer da próxima vez...fizermos estes malabarismos que oscilam entre aquilo que é necessário, e que todos sabemos que faz parte da vida - discordar, discutir, e em que na maior parte das vezes o nosso alvo não só é, como muitas vezes tem de ser, o nosso companheiro, pois é quem lá está...

No entanto, neste malabarismo não podemos estar só com uma bola em mãos, após jogar essa, temos de continuar, e evocar em nós as outras bolas, que nos ajudam a perdoar, pedir desculpas, a ceder, e a dar tudo por tudo pela relação, independentemente dos tempos futuros...

No meu sofá já vi muitos tipos de sofrimento e de dor, mas a dor sem corpo, sem morte, mas por perda porque se sente que se perdeu uma relação, e essa dor vem independente dos porquês dessa perda, mas sim pela a dor que fica porque em labirinto nos questionamos "...e se eu tivesse feito mais isto, ou aquilo...e se eu tivesse estado mais atento, se tivesse perdoado mais, ou cedesse em algumas coisas que nem eram importantes...". 

Esta dor é lancinante  é tentar caminhar caminhos passados, impossíveis de retraçar ou reinventar...é agora que tem de treinar o malabarismo, e a cada novo desafio, que torna a relação mais forte, pois por si já é prova dessa fortaleza, é jogar, é trazer as bolas para campo, e não hesitar em dar o máximo.

A cada máximo que consigamos dar, apostamos na relação, pois permitimos cicatrizes que curem, permitimos segurança para discordar, permitimos espaço para falhar e mesmo assim sentirmos no fundo do nosso ser, que o outro nos ama à mesma, é acabar uma discussão com um abraço, com a cedência de estarem ambos certos em estarem errados, ou estarem ambos certos e nenhum ser capaz naquele momento de ceder...

É ser capaz de pensar que eu, porque amo, e não quero perder, porque gosto e quero ter, vou perdoar, vou aceitar e vou-me encontrar algures num caminho, que pode não ser a meio, mas continua a ser o nosso...

É pensar que tu, porque me amas, porque não me queres perder, me perdoas também, me aceitas, e algures no caminho, em que eu estou, ou tu estás, me encontras...nos encontramos, damos mãos e seguimos caminho...

O nosso caminho, traçado por nós a cada cruzamento e encruzilhada, a cada bola jogada no ar, a cada bola que nas minhas mãos vem parar...e neste malabarismo, apostamos no espectáculo, no treino, e na capacidade de cada vez sermos melhores a fazer este jogo, que nos entretém, nos aproxima, nos torna terrenos comuns...malabarismos de Vida...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Era uma vez, a vontade de fazer amor que desapareceu...

Era uma vez um sofá numa sala...que dia após dia, recebe mulheres, que se sentam à minha frente e falando comigo abertamente sobre o que as preocupa, me contam histórias de amor bonitas, mas em que a vontade de demonstrar o seu amor fisicamente pelo seu parceiro é pouca, ou quase inexistente...

A reflexão deste texto considera exemplos, que podem ser sobre qualquer dos seguintes problemas: falta de interesse sexual, acto sexual sem prazer ou até doloroso, não atingir o orgasmo, e dificuldade em se sentir excitada.




A relação está lá. a vontade de ter o companheiro está lá, mas por diversas razões, às vezes específicas a cada uma, outras capazes de ser generalizadas...parece que existe um véu entre a parte emocional da relação e a física, que pode e deve muitas das vezes complementar a relação como um todo.


Questionam as culpas?
Os porquês?

Esgotam-se, nos primeiros tempos a forçarem-se, mas depois com o tempo, perdem essa energia, porque parece que nada reacende a relação...

Esta parte de si, selou-se, e ao fim de um tempo existe a sensação de que já não faz falta, vive-se bem sem, a não ser pela parte de saber que o outro deseja, quer, precisa...pede, impõe...


Passa-se à fase da fuga...

...do fingir que se dorme, da dor de cabeça diária, de conseguirmos que o outro se zangue connosco mesmo antes de irmos para a cama, de ir tão tarde que o outro já dorme...

...entre tantas outras estratégias....

O que falta?

O que aconteceu?

Certo de que cada caso é um caso, há alguns factores em comum, e algumas sugestões generalistas o suficiente para aliviar os primeiros sintomas, senão, terão que procurar terapia de casal, sexologia, individual, o que for necessário, pois esta bomba rebenta, de certeza, um dia...e rebenta na cara dos dois...

Existem sem dúvida factores de predisposição, para que a mulher não se sentindo amada, estando a sentir-se numa relação abusiva (verbal, psicologicamente ou fisicamente), sentindo que não existe enquanto mulher pessoa, se feche a um relacionamento mais íntimo, é uma defesa sua, um fechar, que lhe permite proteger aquilo que é mais seu, a sua intimidade.

Um casal, que esteja a enfrentar mudanças no seu estilo de Vida, quer por causa de dinheiros, quer por causa dos seus papéis a nível de trabalho, ou até nas funções de casa. Elevados níveis de stress não activam a vontade de fazer amor, de intimidade, temos de estar atentos às formas que enquanto pessoas, ou casal, podemos manter uma Vida relativamente saudável, quer a nível alimentar, quer a nível de actividade física, de forma a aliviar a tensão e os níveis de stress.

Podem estar também a sofrer alterações na relação, que não incentivam ao um bom desempenho sexual, ou que até podem mesmo inibir a libido, senão num parceiro, até nos dois.

A toma de alguns medicamentos, especialmente os anti-depressivos, diminuem a vontade sexual, diminuem a lubrificação e a capacidade de excitabilidade...se a toma tem de continuar, a mulher vai sentindo estas alterações nas suas vontades, tem é de (com a ajuda do parceiro), descobrir formas de contrariar mentalmente este efeito, com aumento de preliminares, com aumento do factor surpresa, com as técnicas necessárias, mas acima de tudo com muita paciência...de ambos os lados.


A mulher também pode estar a sentir que o seu papel na casa, em conjunto com o do trabalho, não está dividido de forma razoável, sentindo uma sobrecarga, factor que tem de ser equacionado, pois alguém em exaustão física, só consegue manter a libido em alta, na juventude...



Em determinadas fases do desenvolvimento feminino, por exemplo, pós-parto, TPM, menopausa, carências hormonais, ou afectivas sérias, a própria mulher está em guerra consigo mesma, quanto mais, querer fazer amor e agradar o parceiro...nessas alturas é bom que o parceiro tenha uma armadura, e responda a tudo que sim...e com paciência tentem os dois em conjunto anotar quando é que estas alterações hormonais estão a acontecer...previsão, pode permitir, aproveitar as fases mais tranquilas...


Ter filhos, querer filhos, faz parte de uma fase da vida de um casal, em que por norma, estão os dois companheiros de acordo, mas em que muitas vezes, a sua existência pode sobrecarregar mais um elemento (muitas vezes a mãe), do que o outro. 

Pode fazer com que exista privação de dormir, fazer a mulher sentir-se feia, sentir que o seu corpo já não é o que era, sentir que agora que é mãe o seu papel sexual diminuiu ou não deve existir, e pode ser que a privacidade e os momentos íntimos, antigamente muito mais fáceis de encontrar e replicar, se vão tornando mais raros, e que requeiram um maior cuidado para os encontrar e proporcionar.




Há sem dúvida algumas questões que a mulher deve colocar a si mesma, para um melhor entendimento das suas dificuldades nesta área...
  • Tenho as minhas necessidades respondidas nesta relação?
  • Lidamos com os nossos problemas de forma aberta e construtiva?
  • Sinto que nos tratamos com respeito e de forma justa?
  • O meu parceiro consegue focar-se em mim e nas minhas necessidades?
Se respondeu que sim a todas elas, em princípio a solução da questão reside em tentarem, por vocês os dois, numa primeira etapa, responder a algumas das causas que falei acima. E se não conseguirem, procurem ajuda...é importante reconhecer quando pedir ajuda.

DICAS


Surpresa, imprevisto, fazer algo pouco usual, em conjunto, e tendo a ideia de base, que a actividade em si pode não levar ao acto sexual em si, para aumentar o desejo, e evitar a previsão...criar clima.

Assumir que o sexo faz parte da vida, da vida de um casal, do amor, da entrega...e que fazer sexo, após a existência de filhos, continua a ser normal, ajuda a viver sua sexualidade com menus tabus, a viver o sexo com a capacidade de experimentação, de tentar coisas novas, fantasias, e viver o sexo sem vergonha...a desinibição, ajuda o cérebro a receber um dos melhores afrodisíacos, a nossa imaginação e as nossas fantasia....

Apimentar a relação, a actividade sexual, a rotina diária, a rotina familiar, sair da monotonia, sair dos rituais, dos dias da semana marcados, dos gestos ou prendas que já antecipam o que o outro quer...

Ajuda a libertar o cérebro e a aumentar a vontade de querer fazer algo diferente, fazer amor...com aventura de novo...escolham novos sítios, novas posições, com roupa vestida, depressa como se alguém fosse chegar, num sítio onde até poderiam ser apanhados...

Namorar também é bom...falar, coisa que às vezes se vai perdendo o tempo para fazer, olhar o outro como se fosse de novo a primeira vez, tentar conquistar, lembrar do que o outro gosta, perguntar coisas sobre o futuro, opiniões sobre valores e desejos secretos...ter tempo para o outro e para OUVIR...
Sentir que a relação é para sempre, não é prisão, é símbolo de compromisso, de certeza, de entrega, e pode mesmo assim, ser vivido como um eterno namoro, uma eterna oportunidade para malandrar de vez em quando...

As algemas podem ser uma ideia...




VALE TUDO....!

Na dose que vos deixe confortáveis...

Improvise...uns beijos à chuva, uma corrida de "miúdos", um jogo de apanhada ou de cócegas, jogar às cartas na cama, e ir perdendo, ou ganhando coisas...Beber um copo de vinho em pic-nic na cama...comer chocolate, ou beber chocolate quente...

Transformar esta tentativa numa entrega, um pouco cega, e ainda que "forçada", tem que se treinar mentalmente para se desinibir, e querer querer, querer tentar, e dar uma oportunidade ao seu cérebro para aquecer tudo o resto...

Acredito que o desejo, e a satisfação sexual, dependem de factores emocionais, psicológicos e não só dos puramente físicos. Mais, na minha opinião, dependem muitas vezes mais dos primeiros do que dos últimos, a não ser no caso da existência de uma disfunção física.

Era uma vez a vontade de fazer amor, que encontrou o caminho para casa, migalhinha, após migalhinha...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Panelas de pressão, distâncias, conversas adiadas...energias desperdiçadas - histórias da Vida e do Amor

Prometi...e assim faço, uma reflexão de pressões e distâncias...

A semana passa e nas nossas Vidas, vários problemas, questões não resolvidas...acumulam-se e enchem-nos a alma, a cabeça e o coração, de labirintos de ideias e de soluções, ou não-soluções.

E quando esses labirintos nos fazem comportar como hamsters nas rodinhas das suas gaiolas, em que nos aprisionamos, em pensamentos negativos ou destrutivos, que nos vão fazendo perdendo energias positivas, e em que vamos desgastando o nosso bem-estar, e rapidamente chegamos a momentos de total exaustão, solidão, e às vezes em completa baixa auto-estima...e a cada aventura "culinária" destas, pode nos levar a rebentar a panela...

É um acumular que nos assoberba, e que não partilhado, não só nos impede a nós de sentir que as soluções são possíveis,  mas muito além disso, nos impede de estarmos soltos, e livres para distinguir os meios por onde nos podemos movimentar, e mudar o nosso estar, adequando o nosso humor, a quem nos rodeia.

Nos casais, quando, um dos elementos se encontra atulhado de questões que o magoam, preocupam, que o desiludem, noutros ambientes que não a casa, não pense que esta carga não invade o ambiente do lar, fazendo com que no desconhecimento do porquê do outro se encontrar assim, comecem a surgir questões sobre o envolvimento do próprio nesse mal-estar.

E, se o outro não fala, não partilha, mas está alterado, então mais razões eu sinto ter, para pensar que é comigo, e não conseguindo chegar ao outro, me afasto...

Surge a distância, e o primeiro que já não estava bem, fica ainda pior porque sente que já não tem também a ajuda, ou o apoio do outro, mas sim a sua zanga ou distância.

A sorte, é que no amor, algures no tempo, os não desistentes, voltam a não querer estar neste clima, e forçam um dos elementos a sair de onde se colocou, forçando o diálogo, a abertura da "panela de pressão", de forma a identificar porquês...

E dessa maneira, consegue através de apoio, de partilha, de ouvir o outro, de um investimento de energia positiva, que se o outro permitir, o inunda, e dessa maneira o faz sentir-se melhor, com mais força, mais capaz de seguir os caminhos que tem que seguir, com o apoio de quem ama. E, também faz com que o companheiro que quer apoiar, não sinta que investe energias em vão, nestas tentativas de ajuda, pois são acolhidas.

É também nesta partilha, diária, não acumulada, que podemos receber o carinho, o apoio, o amor do companheiro...desta forma não cedendo a pressões, não permitindo negativismos ou contaminações de ambientes, porque não conseguimos separar as águas e muitas vezes deixamos invadir o nosso ninho, a nossa Vida toda, os nossos amores, por estas lutas labirínticas, entre mim e as minhas questões, que quero vencer, erroneamente sozinho. 

As histórias de Vida e de Amor, são para ser partilhadas entre o casal, para dividir o peso da Vida, e sentir o alívio das decisões...para diminuir distâncias e potenciar os momentos de felicidade e conquista.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

ACREDITAR


Acredito em ti...
Acredito na verdade...
acredito na paz,
acredito na lealdade...


Acredito nas pessoas,
e nos seus gestos,
acredito no amor,
acredito na dor...

Acredito porque somos capazes...
acredito no futuro,
e, acredito porque acredito...
e acredito, porque acredito em ti...
acredito porque aprendi,
que só se vive acreditando...

LUTAS

Lutas...guerras,
desencontros de ideias.
Desagrados,
desavenças...
momentos, mau-bocados,
silêncios e vazios,
nos braços lançados...
Ameaças e gritos,
de estalos não dados...
lutas...guerras,
desapegos...
Não lutes, não berres!
Não ganhas tu,
não ganho eu...
não lutes, não erres...
abraça-te a mim,
...deixemos por terra,
escudos e lanças,
flechas e balas...
Deixemos por terra,
ódios e heranças...
Deitemos por terra,
as lutas e as guerras...
Abraça-te a mim,
e não lutes comigo,
eu sou igual a ti...
e, êxito em ti...
encosta o teu peito a mim,
e no bater do meu coração...
deixemo-nos de guerras...

AMOR

AMOR

Quero me sentir amada,
quero ser flor,
quero me sentir mulher...
nos teus braços, meu amor.
Quero conseguir sentir o infinito,
quero sentir-te...
no meu respirar...
Quero ter certezas,
quero ter-te...
Quero aninhar-me,
no teu colo,
em todos os luares...
E, no fundo da tua alma,
no infinito do teu olhar...
conseguir ver-me sorrir,
por tanto te amar...

MAGIA

Magia...
Viver!
Viver, cada dia...
Ver a natureza,
ver uma lágrima cair...
beijar uma boca,
...
receber um abraço...
Viver!
Viver o instante,
nos braços de um amante...
Ver uma criança sorrir,
ao ver um Balão subir...
Ver uma mulher parir,
e num abraço profundo,
receber nos braços,
o seu filho do coração.
Sentir saudade,
sentir felicidade...
Sentir dentro de mim,
a Vida,
a sua magia...
o seu bater...
Magia! Viver hoje, e amanhã...
sem saber quando é a despedida...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

EU QUERO UM AMOR PARA A VIDA TODA...


Eu quero um beijo teu,
na face roubado...
por teus lábios depositado...
eu quero o teu amor...
eu quero amar,
eu quero ser amada,
e, eu quero ser recordada...
Eu quero saber,
que do meu amor vives tu,
pois eu sem ti sou nada...
Eu quero que esse amor dure sempre,
pois sem ele eu não quero estar...
eu quero que esse amor dure sempre,
pois sem ti,...
não saberei sequer andar...





Queremos todos, um amor para a Vida toda. 

Queremos todos...um amor de filme, de livro de encantar...

Queremos todos um amor infinito, cheio de coisas boas para contar. Sonhamos com isso de princípio, de criança, e testamos essas vontades desde os primeiros namoros, mas na nossa ilusão humana, muitas vezes deixamos-nos ir em sonhos e fantasias, tão belas de viver e idealizar. 

Deixamos que nossos pensamentos e memórias se preencham de pinturas nunca vividas...e, neste namoro pegado, entre querer ter um amor para toda a Vida, e estas fantasias que nos atafulham o coração e o cérebro, vamos ganhando um desejo que se transforma num direito, numa vontade férrea, e que nos ilude a pensar que desse sonho, dessa vontade de viver algo tão sublime, tão belo, como amar e envelhecer, num amor para a vida toda, os nossos amores, as nossas tentativas de amar, assim vão ser e, assim se vão transformar...

...e até podemos não estar errados, ou longe da realização de tal desejo, se durante esses sonhos e essas vontades de desejar esse amor, assim como desejamos a felicidade, nos formos lembrando que neste misto de fantasia e pensamento, há um elemento que não pode faltar, para assegurar que tal juramento, não nos venha a falhar...


E que elemento é esse?

É um, que são vários, e de que já falei...o amor cuida-se, nutre-se, alimenta-se, dá-se, aceita-se, perdoa-se...

É um treino constante para a maratona da Vida, não é um sprint, que acaba em 50 metros, e que ou temos, ou não temos a medalha. É uma corrida longa, com momentos difíceis,  cansativos, de desistência, de por em causa a fé e a vontade, os propósitos e os afectos...mas, que, nos momentos difíceis,  sem qualquer hesitação, é melhor junto do que só. É melhor aceitar e perdoar, do que perder. É melhor ceder, do que ter...é melhor estar ao lado, estar nos braços, estar no rosto e no olhar, do que ter razão, do que ter recebido o pedido de desculpas, do que ter recebido a prenda no dia certo...

...é no beijo dizer tudo...mesmo ao fim da Vida toda...

Aí de mim se não fosse eu...!

É isso mesmo...

O que seria de mim, de nós, se acima de tudo não fossemos nós?

Percebem a profundidade do que questionamos, ao dizermos tal simplicidade...

Neste texto quero partilhar, ou reflectir, sobre o que tenho eu de fazer para ser eu, e para zelar que eu faço tudo por mim o que devo fazer, para que tudo o que os outros me façam, ou seja bom, ou não me magoe tanto...passe ao lado.

Primeira pista...tem a ver com o gostar...gostar de mim, mais do que qualquer outra pessoa, longe da falsa modéstia, ou dos excessos de amor, sendo então narcisista... é preciso aquele amor que me faz acreditar em mim, nas minhas capacidades, e me dá a habilidade de zelar por mim, não permitindo que faltas de amor próprio (que de vez em quando me podem invadir...), me permitam vender, ou mendigar, os afectos dos outros, para que eu assim me sinta melhor...mais eu...


Mais, à falta de melhor, tenho de aprender a dar abraços de ursa (ou urso) a mim mesma(o), por puro reconhecimento de algo bem feito, porque gosto de mim, porque gosto de abraços, porque precisei de um, e na ausência de outro par de braços, use os meus...fortes e apertados, de olhos fechados e plena(o) de orgulho de mim, a sonhar e a pensar no que gosto...





Parar, olhar o infinito, olhar para algo de belo, para algo que me agrade, e capturar esse momento, sentindo a minha beleza também, aos olhos de alguém, sei que sou assim, e não deixar dúvidas entrarem nestes pensamentos, gozar o momento, como se sentissemos uma brisa na cara, que nos liberta das pressões onde nos enrodilhamos.




Acreditar em mim de tal maneira, que não só passo e ultrapasso todos os obstáculos, como começo a acreditar que eles surgem de propósito, com um propósito, testar a minha fé em mim, e nas minhas capacidades, e ai, veio meter-se com a pessoa errada, eu sigo, eu subo, eu ultrapasso, eu salto, só não derrubo, mas chego aos meus fins, e deles faço princípios.





Caminho, caminho sempre, cheia(o) de energia, para chegar aos vários fins que planeei, sigo, e arranjo forças, ai de mim se não for eu...avanço com determinismo, como se o caminho deixasse de ser importante ou difícil, porque comecei a visualizar o fim, a minha vitória, e a forma como me sinto por fazer esta caminhada, vejo a luz no fim, e ela me dirige e motiva...ai de mim se eu desistisse, ai de mim se não fosse eu a fazer caminho...



Acabo, sabendo que cheguei, que chego sempre enquanto eu quiser, enquanto eu me disser a mim mesma(o), que esse é o destino - fazer sempre com que chegue a onde quero chegar, com quem quero chegar, e a sentir, que dos desafios da Vida, das pessoas que não me ajudaram, dos eventos não planeados, fiz degraus que me ajudaram a subir, fiz mapas que me ajudaram a encontrar caminho, fiz lições e histórias a contar, fiz músculo na minha alma, e fiz de mim mais forte...aí de mim se não fosse eu...

ELEFANTES INVISÍVEIS...nas costas, e na cama de uma pessoa...


Bem, prometido é devido...segue então a reflexão dois, sobre o assunto um...



De manhã, de tarde ou à noite, será sempre difícil levantar-me, se nas minhas, ou às minhas costas, andam, ou carrego, elefantes...

Caminhar na vida, faz com que muitas vezes tenhamos que ir vendo, sabendo, conhecendo, coisas, eventos, histórias, que nos vão deixando carregados de dores, pesos, amarguras, assuntos fora do nosso controlo, misérias que não são nossas...certo é que esse peso carrega-se, nas costas, no dormir...Pois a nossa consciência na luta com a inconsciência, não nos deixa na totalidade sentir em paz connosco, e às vezes com o mundo...não nos deixa dormir o sono dos justos, ou das crianças, e faz com que uma noite de sono, pareça uma hora a dormir na cadeira de um aeroporto, com um olho aberto a zelar pelos bens que nunca podem ser abandonados...(conhecem a sensação???).

Como é que então, eu posso dormir sem elefantes, caminhar sem montanhas nas costas, andar sem pedras nos sapatos...?

É fácil...seguem-se as seguintes mezinhas:

Chá de camomila, banho quente, copo de leite quente, colher de mel, botija de água quente ao fundo da cama, 2 ou 3 Atarax, bebida alcoólica suficiente para anestesiar o elefante...uphs...!!! Talvez esta não seja a receita adequada, embora às vezes não fizesse mal...

Não, não é fácil...não nos vamos iludir, pois é sinal da nossa humanidade, sinal que nos preocupamos, com os outros e connosco...que não vamos sendo meros observadores da nossa passagem por esta Vida...e por tudo o que nos rodeia e nos invade na nossa caminhada...

Mas há formas de tentarmos carregar só os nossos elefantes, escolhermos os que vão connosco no dia-a-dia, onde os podemos ir deixando, e como os podemos ir fazendo emagrecer até desaparecerem...

Podemos todos os dias escolher fazer algo, que nos faça sentir melhor para connosco, para com os outros e dessa forma sentir que fazemos algo, pelas preocupações que carregamos. 

Podemos decidir pelo menos uma vez não gritar e sorrir, ajudar e não pedir, dar, e retribuir...deixar morrer uma discussão no seu começo, dar uns pacotes de leite ao senhor que vasculha o lixo ao pé de nossa casa, perdoar um castigo ao filho, ligar a um amigo a saber dele, podemos rezar por alguém, podemos fazer voluntariado, podemos não levar zangas para a cama...

Os elefantes podem ser domesticados, e embora acreditemos neles e na sua existência, podemos sempre ir fazendo com que os sentimentos se aligeirem, e não deixemos que nos pesem nas costas, porque todos os dias, eu fiz...tu fizeste...nós todos fizemos, algo, um pouco mais para aliviar estes pesos de uma sociedade evoluída  que nos carrega de culpas, nossas e dos outros, e nos dá pouco espaço de liberdade e fé, para executar gestos tão simples que nos libertarão deste peso, basta querer...

Vamos encher um balão de alegria por cada elefante que deixamos ir, e vamos sorrir, vamos sentir que vamos fazendo a diferença, e que muitos balões, muitas alegrias, nos vão deixar dormir e querer acordar de manhã, para poder ter um novo dia sem elefantes, só balões, coloridos....
YES WE CAN, LET'S DO IT!!!!

ALEGRIA

Rasgo no céu,
que me permitiu conhecer-te...
que me permitiu dar à luz,
que me permite fazer parte da Vida de pessoas boas...
Sorriso rasgado,
rir de criança,
que me ensinam a ter força,
a amar a vida...
Sentimento forte,
intenso,
que elimina a dor,
que apaga a memória,
e renova forças...
que criam um amanhã,
melhor que hoje!
Ouvir a palavra mãe,
evocada em meu nome,
nos lábios doces de quem amo...
Alegria é ser capaz de ficar feliz,
porque eu, tu, eles, nós...todos...
ficámos felizes...

ELEFANTES INVISÍVEIS...histórias de amor e família...

Ora vamos lá a falar de elefantes...

A ideia deste texto, não surgiu apenas por causa daqueles assuntos que nos pesam nas costas, e arrastamos connosco os dias inteiros, aos quais o vulgo chamaria preocupações, e que por vezes quase não nos deixam respirar...

...mas também, e provavelmente acima de tudo, eu queria, ou planeava, falar daqueles assuntos que são do tamanho de elefantes, que estão no meio de famílias, de casais, no meio da sala de jantar, ou até na cama, entre todos, mas que toda a gente se desvia e finge não ver, para não ter que falar, abordar, ou resolver...

Acho que abordarei os dois em separado...pois são ambos delicados e merecem reflexões separadas.

Hoje falo dos que andam por lá a passear, que ocupam espaço, e para irem embora, alguém tem de falar deles...

Claro que estes assuntos não começam logo por ser do tamanho de elefantes, mas se com o tempo todos fingirem que esses assuntos não existem ou não são para ser falados, eles crescem, e vão dificultando a vida de quem gira à sua volta...exemplos, o consumo excessivo de bebidas de um elemento próximo da família, o facto de um elemento da família ser agressivo, uma traição sabida, a falta de vontade sexual, maus resultados escolares de um dos filhos, consumo de drogas, mau relacionamento com os sogros, etc., poderia dar-vos múltiplos exemplos, mas penso que cada um pode pensar nos seus, e para o processo muitas das vezes é completamente indiferente a razão...

A minha reflexão de hoje, é simples e tem apenas como objectivo colocar-vos a questionar os vossos papéis neste jogo, e a pensar nas possíveis soluções para fazer com que os elefantes diminuam de tamanho, ou acabem no jardim zoológico...

Muitas das vezes no seio de uma família surge um problema, que pelas mais variadas razões, se torna desconfortável de ser abordado ou discutido. Isto, pelas mágoas que pode acarretar, por ser de difícil resolução, porque as opiniões dos envolvidos são muito diferentes, porque envolve amor e dedicação e a possibilidade de tudo isso ficar em questão, entre outras razões...facto é, que esse assunto, que passamos a fingir que não existe, ou que passamos a evitar tocar ou falar sobre, continua lá, e vão tomando proporções equivalentes à seriedade e afectos a ele associados.

Claro, que nós somos bons, e conseguimos durante muito tempo gerir a Vida, como se ele não existisse, só nos confrontamos com ele, quando o seu tamanho é de tal maneira "ginórmico", que já não há volta a dar, e ele está prestes a rebentar-nos na cara, se é que já não aconteceu.

Riscos imediatos: Para além do elefante não ser muito cuidadoso e poder destruir tudo por onde passa, ignorar, por norma abre caminho para toda uma série de sentimentos entre os elementos que sabem da sua existência, mas que em silêncio tácito decidiram não falar dele, sentimentos como: mágoa, falta de compreensão, ideia de não ser entendido, exaustão, descrença, desilusão, medição de afectos...

Por isso, o elefante cresce porque não se faz nada, e para além do elefante crescer, crescem todos estes sentimentos de que falei.

Riscos a longo prazo: Destruição do espaço, ou espaços por onde se esconde, pois, não é fácil ter um elefante escondido em muitos sítios...relativamente aos sentimentos, há um agravamento de todos os que referi e de todos os que me esqueci, ou nem quis mencionar, e há muitas das vezes a ruptura das relações, porque já ninguém "pode" com o elefante, e ai, não só ele sai do esconderijo, como saem todas as acusações e mais uma, relativamente ao ELEFANTE e ao que se podia ter feito e não se fez...

Que fazer então contra elefantes invisíveis, que se escondem dentro de casa?

Andar sempre atentos, e ao mínimo sinal de elefante, por o bicho a descoberto, por norma encolhe logo um pouco, depois, em conjunto, em família, encontrar maneiras de consenso, que permitam os elementos envolvidos resolverem algumas das suas questões associadas ao elefante.

Como?

Colocando na mesa o assunto difícil  falando das estratégias que se vão implementar, ou que se podem implementar, marcar prazos, combinar momentos de encontro para recuperar forças, definir ideias ou soluções que tragam conforto a ambos, ou a quase todos os envolvidos, nem que seja, por etapas, mas acima de tudo, tentar expor o elefante constantemente, para que este não seja capaz de crescer....Muitas das espécies de elefantes invisíveis, desaparecem, se o uso de armas também elas invisíveis for frequente e repetitivo, algumas ideias de armas possíveis são:  a cedência, em full power; o diálogo, com força G máxima, e a partilha, em doses massivas...

Boa sorte, eu, cá em casa livrei-me deles todos, éramos muitos e o espaço era pouco  ;0)