Hoje, falei de solidão e vazio com muitas pessoas, falei do que é habitar em nós, com o sentido de se estar só, e de como tudo isto pode ser triste, pesado, vazio, ou numa oposição bizarra ou até numa dicotomia quase irónica, pode ser, ao contrário, um estar só, rico, positivo, cheio em si mesmo, e, decidi reflectir convosco, sobre este tema...a solidão em nós, a solidão que nos habita ou, que nós habitamos, e talvez de alguma forma roçar o tema da Vida e da Morte...
Hoje viajei por extremos, por aqueles que na sua solidão e silêncio se inspiram, se encontram e ouvem as vozes interiores que na surdina dos barulhos citadinos, que a muitos nos rodeiam, não deixam sequer ouvir o grito mais alto que ecoa em nós. Ouvi como se precisa de sofrer ou, até de estar só nesse sofrer, para crescer e para escrever, para pintar, criar...e como a solidão inspira, pois a companhia, o ruído, a conversa fiada e divertida, distrai as ideias que nos invadem a cabeça no silêncio do nós em nós mesmos.
Falei de como se está só na doença, porque em última análise, muitas vezes a doença impede de viver a companhia do outro, de a querer, e às vezes na doença mental, até de a entender ou percepcionar.
Como estamos sós na morte, seja ela súbita, planeada, com tempo, sofrida ou tranquila, porque nesses dados momentos de confronto com a nossa finitude, com os limiares dos caminhos que percorremos, existe um momento em que se parte, e nesse segundo, instante, vai-se sem companhia, sem uma mão sentida...para um espaço que vai depender de todo o processo de fé.
Que muitas vezes as pessoas se sentem sós na vida, que levam, que têm, que se permitem viver, que as deixam vazias no sentir, ou encaminhadas em caminhos traçados a escuro, por um carvão que não é nosso, ou que nos supera. Sós numa vida repleta, cheia e maravilhosa, ou sós, numa vida vazia, difícil, desafiante...o só, depende do nós, do viver e sentir que abre espaços na nossa habitação, na estrutura que o nosso corpo nos fornece, com perspectivas que nos permitem mobilar a habitação e rodear e namorar a solidão, levando-a de mão dada, em caminhos de luz, que nos acompanham no processo de encontro próprio e de criação.
Num caminho de fé, em que só nos ouvimos a nós, e nesse encontro entre nós, nos respeitamos e apaixonamos, ouvindo e entendendo as linguagens que falamos, em todas as suas dimensões, e que nos permite então, mais tarde e em pleno, saborear o estar com um alguém, encontrar um alguém...pois ai, existem agora, espaços na habitação para viver o outro.
Como estamos sós na morte, seja ela súbita, planeada, com tempo, sofrida ou tranquila, porque nesses dados momentos de confronto com a nossa finitude, com os limiares dos caminhos que percorremos, existe um momento em que se parte, e nesse segundo, instante, vai-se sem companhia, sem uma mão sentida...para um espaço que vai depender de todo o processo de fé.
Que muitas vezes as pessoas se sentem sós na vida, que levam, que têm, que se permitem viver, que as deixam vazias no sentir, ou encaminhadas em caminhos traçados a escuro, por um carvão que não é nosso, ou que nos supera. Sós numa vida repleta, cheia e maravilhosa, ou sós, numa vida vazia, difícil, desafiante...o só, depende do nós, do viver e sentir que abre espaços na nossa habitação, na estrutura que o nosso corpo nos fornece, com perspectivas que nos permitem mobilar a habitação e rodear e namorar a solidão, levando-a de mão dada, em caminhos de luz, que nos acompanham no processo de encontro próprio e de criação.
Num caminho de fé, em que só nos ouvimos a nós, e nesse encontro entre nós, nos respeitamos e apaixonamos, ouvindo e entendendo as linguagens que falamos, em todas as suas dimensões, e que nos permite então, mais tarde e em pleno, saborear o estar com um alguém, encontrar um alguém...pois ai, existem agora, espaços na habitação para viver o outro.
Podemos habitar-nos de tal forma com esta solidão, que estamos sós na multidão, transparentes ao sorriso, ao estender de mão do outro...passamos, não marcamos ou não deixamos que nos marquem. Sentimos-nos sós nos valores, num viver que parece não ter espelho, não ter ouvintes ou seguidores, questionamos a sanidade das ideias que ouvimos na nossa solidão, e que nos leva a dar ouvidos à nossa voz, que nos conta histórias de como a vida pode ser, e muitas vezes não é.
Estamos sós no sorrir, porque há quem se esqueça, quem os tenha perdido na habitação, na residência, que deixou de ter morada, que se perdeu no monólogo interior pois extinguiu a fé no próprio, a fé no que reside nos cheios e vazios do "Nós" que somos em tudo o que fazemos e podemos ser.
Estamos às vezes, muitas vezes, sós no amar do próprio, porque achamos que só o podemos fazer na dependência do amor do outro, no espelho desse olhar alheio que supostamente nos define e atribui valor, quando, muitas vezes, este nosso amor se encontra apenas dependente da capacidade de apreciar estar só comigo mesmo, e aprender a conhecer-me a olho nú, despido de qualquer preconceito ou juízo de valor...deixamos-nos sós na inspiração, de encontrar em nós o tesouro interno que todos temos nas divisões que permitimos serem habitadas, porque não nos permitimos estar sós na nossa solidão, que nos permite a paz para nos vermos, sentirmos e conhecermos nos nossos quereres e nas vozes de alma. No entanto, permitimos que estranhos, entidades de valor nem sempre definível, nos invadam, e transformem o silêncio e a solidão, ou o estar só, num ruído que ensurdece e do qual quero fugir. Habitando espaços meus que me transformam, sem aviso. Vamos dar ordem de despejo ao que nos faz mal, arejar a habitação que tenho, e aprender a valorizar as divisões, e as características que me fazem ser um espaço único, repleto de tesouros, e segredos, ideias e sonhos, que me permitem ter um monumento a mim mesmo, uma ode, a quem sou!
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