quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

VIDA


Hoje, quero falar, reflectir...escrever solto, nas linhas que se seguem, coisas que discuto com quem me procura, coisas que esquecemos no dia-a-dia, no momento que passa, naquele segundo que ainda agora olhei e vi no relógio: A Vida e a sabedoria de a viver.

Todos nós somos especialistas da nossa própria vida, cientistas que a investigam, jornalistas que a reportam, máquinas fotográficas que a registam, somos protagonistas desse palco com papel principal, mas, por vezes, senão muitas vezes, esquecemo-nos que o palco é nosso, que os espectadores esperam de nós uma peça...uma intervenção, esquecemos que subimos ao palco, e que dele temos de fazer caminho. Estagnamos, perdidos em pensamentos, em distracções, em barulhos e ruídos alheios.
Perdemos o Norte, perdemos a energia que necessitamos, porque não a poupamos, porque não a renovamos, porque basicamente na pirâmide de prioridades, esquecemos que quando olham para o nosso palco, a peça só pode ir para cena, para estreia, se eu não faltar aos meus próprios chamados.

Quem de vós se ouve, se "presta atenção", se acolhe em si mesmo, e dedica um tempo, um qualquer tempo, a viver, a fazer o que dá prazer, o que nos recarrega.

Oiço tantas vozes, a dizer, Rosa não há tempo, não pude, para a semana, hoje não dá, um destes dias, lembre-me de novo o que é para fazer, "como é que isso se faz?", o tempo corre e foge, são os miúdos sabe..., é muito trabalho...

Eram, são infinitas as desculpas, a nós mesmos, é o ruído de fundo que permitimos que exista, para que tal e qual o mágico, o ilusionista, com esse ruído, não prestemos atenção aos gritos que me dizem: vive, vai ver o mar, ouve música, canta em voz alta, chora, lê, passeia, vai ao cabeleireiro, dá uma volta, lê uma revista, come em pratos de plástico e não laves loiça, foge por 10 minutos, desliga o telemóvel, desliga a TV, não vás às compras, ou, vai às compras, sonha acordado, vai a uma massagem, deixa cair batalhas desnecessárias....
Não ouvimos, mas ela, a Vida é implacável, apanha-nos a cada esquina de relógio em punho, que nos esfrega na cara, e nos relembra das finitudes de tudo e todos os que nos rodeiam. Mas, onde está a sapiência adquirida, que desta vida vivida, me devia ensinar, empurrar, abanar, para que em cada um dos meus dias, para que a cada um destes intervalos temporais de que me componho, me tirasse da inércia, e com ou sem atrito, me empurrasse para fazer por mim, para aprender a viver um momento, a construir a felicidade em somatório de eventos e não como o santo Graal que por mim aguarda num algures, escondido, com um mapa que me é inacessível.


Quantas lutas se travam reais???

Há quanto tempo não se vive, não vive, não se cuida?

Por favor, não me responda amanhã...arranque, todos os dias, um pouco, um pouquinho, que no fim será tanto.

Sem comentários:

Enviar um comentário