sábado, 11 de outubro de 2014

Obrigada por me amares, enquanto choro meus pecados...


No processo de fé, de entrega, de crença, na procura de respostas ou de concretizações de intenções, os peregrinos entregam a alma nos limites do corpo. Nas subidas, nas descidas, nas pedras soltas, que rolam por debaixo dos sapatos, que desenham em água trilhos de dor e sofrer, todos, sem excepção...sem que nenhum fique para trás, sem que nenhum se sinta a mais, ou diferente...todos se entregam, todos pedem, todos se dão.

No caminho encontram um limite, o seu, o do seu corpo...o da sua fé em si, mas, pela fé num alguém superior, numa entidade suprema que guia, ilumina e inspira, os limites dilatam-se, e independentemente da dor própria...e por dores alheias...os limites das suas dores desaparecem, e em plena abertura e decisão, ignora-se o corpo, os sinais ou reclamações e...vence-se a batalha, caminha-se além...até...e vence-se, ganha-se a paz.

De olhos fechados, sem saber quem somos e na certeza que queremos ser, para sempre donos de sentir, de viver em pleno...reflecte-se, rende-se, reza-se...e numa profissão de fé, num desfile de entidades, aprende-se o amor, em canções de irmandade.

Choram-se em silêncios escondidos, pecados não resolvidos, pede-se um perdão que traga a paz infinita e nos ensine o que é ser feliz.

Entregam-se...em dedicação extrema, por mim, por ti, por aquele que se atravessa no caminho.

Que seja um bom caminho!

Obrigada por me amares, enquanto choro e te dedico os meus pecados.
Perdoa no teu amor, e, leva-me/nos ao colo.

Obrigada por me amares ainda que nos meus pecados.

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