No tempero, o sal q.b. define-se na hora, pelo próprio...na tentativa de se agradar a si mesmo e na tentativa de agradar aos outros, se estiver a cozinhar para oferecer, partilhar.
E na Vida? O que define o quanto baste, ou o que nos basta a nós?
Quanto queremos para nós, para os nossos, para o que nos resta?
O que toleramos? Quanto deixamos nós que nos carreguem, nos desiludam, nos abandonem, nos magoem, nos ignorem, não nos oiçam?
Será que somos gentes de acatar um quanto baste renovável, de tal forma que...vamos tolerando tudo e mais alguma coisa, com pouca memória ou exigência, do que queremos ou, sentimos acima de tudo merecer?
Será que às vezes somos capazes de dizer um BASTA de quanto baste? Será que damos voz à liberdade de sermos completos e pedimos o espaço, que é nosso, para podermos SER.
Temos em nós a energia e a dedicação, de nos irmos medindo, na nossa felicidade, naquilo que somos capazes de suportar, ou às vezes deixamos-nos ir até ao ponto de já não termos nada em nós?
Qual é o seu tempero? Qual é aquele nível que o define e o faz vibrar, querer mais, ter gula da Vida, pecar porque não se satisfaz e não consegue parar de viver mais e mais, com o tempero todo.
Somos silenciados e silenciosos...mas, não podemos deixar que o que é nosso seja gerido por forças exógenas, sem qualquer controlo, já basta o que basta, já basta o que não pode ter a nossa mão...mas, no tempero, não deixem por mão alheia, batam pé, digam já chega, virem o rosto para o sol, sintam o vento na face, respirem a vida, a maresia, o ar do campo, o bulício das cidades, o calor humano e, partam para o amanhã, no luxo de quem vive de barriga cheia...quantos de nós nos queixamos de barriga cheia, e refilamos por panelas e tachos alheios, não tomando conta do nosso próprio guisado....
Bora lá "malta da minha terra", vamos viver, vamos saborear e desejar que nos lambuzemos com tudo o que a Vida nos dá, sem guardanapo, e na dose nunca certa...
Bora lá querer mais...
Bora lá querer mais...