Olá a todas...este texto é para nós mulheres.....para todas ou só algumas...
Hoje em dia, no cimo dos meus 45 anos, proficiente em todas as minhas mazelas e áreas a necessitar de remodelação ou melhor, aceitação, debato-me em conversas com amigas, clientes, familiares, senhoras que oiço à passagem pelos antros mais femininos (sem nenhuma intenção de descriminação de género) com as conversas que mantemos e nutrimos entre nós mesmas e aquela voz irritante do grilo falante, pendurado no nosso ombro, que nos chateia constantemente sobre onde é que a barriga devia estar, em que nível de suspensão deveriam os seios se encontrar, as imperfeições da pele aqui ou ali, as rugas que surgem, os cabelos que se pintam, as roupas que se escolhem para ocultar n partes do corpo, as luzes que têm de se apagar, entre tantas outras paranóias que nos assolam nestes monólogos a uma só voz - por sinal insana de todo, mas que nós veneramos e à qual parecemos obedecer na procura do santo Graal da beleza física, da perfeição definida sabemos lá nós por quem, mas que se escarrapacha em todos os sítios que visualmente nos invadem as retinas e nos forçam a evoluir o conceito de beleza, para algo que eu de forma simpática defino como doente.
Bolas...
Quando eu pergunto a alguém, o que ama no outro, o que aprecia no outro. Surgem tantas características, tantas, e das quais nem metade são físicas, ou sendo, passam por elementos não passíveis de críticas. Se eu pergunto porque sente ou acha que o "outro", o alvo dos afectos é belo...ou pergunto se o acha belo, a maior parte das vezes a resposta é positiva, senão sempre, e ao descrever o outro, a descrição revela realmente uma pessoa adorável, que eu aos olhos da descrição também quero conhecer, mas que raramente me fornece os dados biométricos do indivíduo em questão.
Então, porque nos andamos a tornar obcecados com a física?
É por questões de saúde?
Não pode, porque muitas das pessoas que são hoje admiradas pela sua beleza, vivem vidas doentes para estar dentro desses conceitos. Não pode, porque os seus pesos e medidas, são quase impossíveis de atingir pelo grosso da população pelas suas próprias estruturas físicas. Não pode porque a pessoa não vive para estar e ser saudável, vive para caber dentro de um determinado número ou atingir um determinado peso. Come de forma matemática, conta as calorias, os componentes de cada grupo alimentar, pesa os alimentos, conta copos de água, conta as horas sem comer, mede-se, pesa-se...aprisiona-se a objectivos, que dão ilusões de controlo.
Para mim, em desabafo, em abanão a nós mulheres, digo que é porque nos amamos pouco. Porque não nos sabemos belas, não nos sentimos bonitas, não somos donas do mundo, perdemos-nos de nós e vemos sombras nas coxas, peles enrugadas, duplos queixos, mazelas invisíveis a olho-nu, mas que para nós estão mapificadas, como as curvas geodésicas das montanhas mais estudadas.
É claro que é importante gostar do nosso corpo, estar em paz com ele, tentar ser e estar saudável. Lutar para que o desleixo, a desistência, a dificuldade, a doença (em alguns casos) entre tantas outras razões, não nos levem a um estar que não aceitamos, que nos massacra, tornando-nos infelizes. Mas, cuidado com os exageros, porque temos de aprender a amar tudo de nós, reconhecer a beleza que a mulher tem em si, só por ser. As intrincadas redes que nos compõem e definem, caracterizando as nossas personalidades, no conjunto do corpo que é sedutor, com curvas, detentor de capacidades únicas, desenhado e moldado para cativar, onde se depositam as capacidades de amar de forma única, de sonhar e editar a vida. Onde um olhar revelador, seduz e controla. Onde apenas uma vontade intelectual, pode ser a ferramenta mais bela de um relacionamento.
No outro dia, disseram-me que eu era vaidosa.
Fiquei a pensar...e tenho duas respostas.
Não, não sou. Aprendi foi a amar-me como sou e gosto muito de mim. Acho-me bonita, na maior parte dos dias e nos que não estou ou sou, ou sinto que não estou ou sou, não deixo de gostar de mim.
E sim, sou vaidosa.
Sou porque sei o que tenho em mim que gosto, que realço, em que me apoio para a imagem que reside de mim em mim. Sou na escolha do que visto, no toque que quero dar, na forma como me quero pôr a enfrentar o mundo que me espera. Sou porque gosto de me ver, porque toda eu conto uma história, até nos dias em que não me sinta assim. Sou, porque não me admito a mim mesma elevar auto-críticas ao papel de me ditarem, como me vejo ou quanto de mim gosto.
Mas, sou uma vaidosa em mudança, porque tenho de aprender a ir reconhecendo aquela que sou, na passagem do tempo, no que perco ou ganho com a chegada de mais um dia ou um ano. Acima de tudo sou vaidosa, porque venço as lutas com a minha própria imagem, não permitindo que o mundo lá de fora, das capas de revista, das imagens vendidas, me ditem quem sou. A beleza é minha. A beleza é nossa. E se dentro de nós residir uma mulher que se ama, há uma beleza infinita que se estende aos outros.
Hoje em dia, no cimo dos meus 45 anos, proficiente em todas as minhas mazelas e áreas a necessitar de remodelação ou melhor, aceitação, debato-me em conversas com amigas, clientes, familiares, senhoras que oiço à passagem pelos antros mais femininos (sem nenhuma intenção de descriminação de género) com as conversas que mantemos e nutrimos entre nós mesmas e aquela voz irritante do grilo falante, pendurado no nosso ombro, que nos chateia constantemente sobre onde é que a barriga devia estar, em que nível de suspensão deveriam os seios se encontrar, as imperfeições da pele aqui ou ali, as rugas que surgem, os cabelos que se pintam, as roupas que se escolhem para ocultar n partes do corpo, as luzes que têm de se apagar, entre tantas outras paranóias que nos assolam nestes monólogos a uma só voz - por sinal insana de todo, mas que nós veneramos e à qual parecemos obedecer na procura do santo Graal da beleza física, da perfeição definida sabemos lá nós por quem, mas que se escarrapacha em todos os sítios que visualmente nos invadem as retinas e nos forçam a evoluir o conceito de beleza, para algo que eu de forma simpática defino como doente.
Bolas...
Quando eu pergunto a alguém, o que ama no outro, o que aprecia no outro. Surgem tantas características, tantas, e das quais nem metade são físicas, ou sendo, passam por elementos não passíveis de críticas. Se eu pergunto porque sente ou acha que o "outro", o alvo dos afectos é belo...ou pergunto se o acha belo, a maior parte das vezes a resposta é positiva, senão sempre, e ao descrever o outro, a descrição revela realmente uma pessoa adorável, que eu aos olhos da descrição também quero conhecer, mas que raramente me fornece os dados biométricos do indivíduo em questão.
Então, porque nos andamos a tornar obcecados com a física?
É por questões de saúde?
Não pode, porque muitas das pessoas que são hoje admiradas pela sua beleza, vivem vidas doentes para estar dentro desses conceitos. Não pode, porque os seus pesos e medidas, são quase impossíveis de atingir pelo grosso da população pelas suas próprias estruturas físicas. Não pode porque a pessoa não vive para estar e ser saudável, vive para caber dentro de um determinado número ou atingir um determinado peso. Come de forma matemática, conta as calorias, os componentes de cada grupo alimentar, pesa os alimentos, conta copos de água, conta as horas sem comer, mede-se, pesa-se...aprisiona-se a objectivos, que dão ilusões de controlo.
Para mim, em desabafo, em abanão a nós mulheres, digo que é porque nos amamos pouco. Porque não nos sabemos belas, não nos sentimos bonitas, não somos donas do mundo, perdemos-nos de nós e vemos sombras nas coxas, peles enrugadas, duplos queixos, mazelas invisíveis a olho-nu, mas que para nós estão mapificadas, como as curvas geodésicas das montanhas mais estudadas.
É claro que é importante gostar do nosso corpo, estar em paz com ele, tentar ser e estar saudável. Lutar para que o desleixo, a desistência, a dificuldade, a doença (em alguns casos) entre tantas outras razões, não nos levem a um estar que não aceitamos, que nos massacra, tornando-nos infelizes. Mas, cuidado com os exageros, porque temos de aprender a amar tudo de nós, reconhecer a beleza que a mulher tem em si, só por ser. As intrincadas redes que nos compõem e definem, caracterizando as nossas personalidades, no conjunto do corpo que é sedutor, com curvas, detentor de capacidades únicas, desenhado e moldado para cativar, onde se depositam as capacidades de amar de forma única, de sonhar e editar a vida. Onde um olhar revelador, seduz e controla. Onde apenas uma vontade intelectual, pode ser a ferramenta mais bela de um relacionamento.
No outro dia, disseram-me que eu era vaidosa.
Fiquei a pensar...e tenho duas respostas.
Não, não sou. Aprendi foi a amar-me como sou e gosto muito de mim. Acho-me bonita, na maior parte dos dias e nos que não estou ou sou, ou sinto que não estou ou sou, não deixo de gostar de mim.
E sim, sou vaidosa.
Sou porque sei o que tenho em mim que gosto, que realço, em que me apoio para a imagem que reside de mim em mim. Sou na escolha do que visto, no toque que quero dar, na forma como me quero pôr a enfrentar o mundo que me espera. Sou porque gosto de me ver, porque toda eu conto uma história, até nos dias em que não me sinta assim. Sou, porque não me admito a mim mesma elevar auto-críticas ao papel de me ditarem, como me vejo ou quanto de mim gosto.
Mas, sou uma vaidosa em mudança, porque tenho de aprender a ir reconhecendo aquela que sou, na passagem do tempo, no que perco ou ganho com a chegada de mais um dia ou um ano. Acima de tudo sou vaidosa, porque venço as lutas com a minha própria imagem, não permitindo que o mundo lá de fora, das capas de revista, das imagens vendidas, me ditem quem sou. A beleza é minha. A beleza é nossa. E se dentro de nós residir uma mulher que se ama, há uma beleza infinita que se estende aos outros.