
Então, pergunto-me eu, porque gerimos mal o nosso tempo?
Porque perdemos tempo com coisas de pouca validade?
Porque não aproveitamos os tempos que temos?
Porque nos questionamos nós, nas relações de amor, se o comportamento dos nossos companheiros é intencionalmente negativo? Porque demoramos a fazer as pazes, a pedir desculpas?
No trabalho que faço, junto de alguns casais, deparo-me, com mágoas e zangas profundas, que resultam de um acumular daqueles momentos de discussão e de falta de entendimento, que poderiam ser evitados, se todos nós, envolvidos nestes processos de nos relacionarmos, conseguíssemos às vezes ganhar alguma distância e ver de fora, ter um olhar mais "distante", para conseguir, adoptar um comportamento ou atitude mais positivas.
Muitos dos casais que vejo gostam um do outro, e às vezes gostam mesmo muito, mas parece que transformam as falhas uns dos outros em actos intencionalmente praticados, como se tratassem de pequenas vinganças, ou actos de maldade, para que possam então permitir-se a si próprios motivos ou justificações, para umas discussões, que nos permitem então azedar as coisas, deitar fora as pressões do dia, as chatices com a Vida, ou sei lá que mais. E nesse momento vitória, tenho o inimigo em casa, posso descarregar nele tudo aquilo que não sei bem porquê me aborrece, me zanga, me frustra, e em vez de me entregar com amor, para gerar reacções positivas de carinho...parece que aprendo, como os miúdos, a chamar a atenção pela negativa, à procura do castigo. E pior de tudo, às vezes a zanga acumula-se a ponto de eu acreditar, que este outro ser de quem eu gosto, faz estas coisas de propósito para me irritar, em vez de entender, que essas diferenças já lá estavam, lá estarão, e muitas delas em tempos me atraíram.
Perdas de tempo...
Severas perdas de tempo...quantas vezes ganhávamos mais, se naquele momento, onde a chama acende, conseguíssemos parar e pensar que o escape não pode ser aquele, que cada zanga, me faz afastar e deixar de gozar um momento que poderia ter todo o potencial para me fazer rir, para me fazer vibrar e viver este e aquele momento da minha vida, como se não houvesse mais tempo.


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Já se imaginaram como uma gota de água a cair, em algo metálico, uma noite após outra, enquanto vocês estão a tentar adormecer? Sabem que coisas como estas podem levar o cérebro humano a fazer disparates que nunca pensou ser capaz? Que podem levar a uma loucura e impaciência feroz...
Nas nossas relações temos mesmo que apontar...? Temos mesmo que andar a perder tempo? Ou posso apelar a que todos nós, pensemos um pouco, criemos maneiras saudáveis de descomprimir, e consigamos dessa forma chegar ao nosso castelo, com tolerância, com carinho, com vontade de amar e aceitar as diferenças que nos unem.

...pensemos todos nisso, e parem de perder tempo!