sábado, 12 de maio de 2012

És diferente de mim, e depois???

(Este texto está escrito para que ambos os géneros se consigam identificar, não falarei nem no feminino, nem no masculino, falarei da diferença em nós casais e deixo-vos o desafio de não desistirem...)

Conheci-te no meio de outros, e reconheci em ti quem eu queria, amei-te desde ai, vi coisas que eu não tinha e soube que tinhas de fazer pare da minha Vida...enamorei-me, e entreguei-me...sabia que ias fazer parte de mim da minha vida, que me ias complementar, e fantasiei esta ideia, sem deixar espaços para os momentos em que essas diferenças, não fossem graças, não fosse interesse e me deixassem a pensar, quem és tu?


O que me dás? O que tenho eu de lutar para te ter, para eu ser? O que te dou eu?

Somos diferentes, sei eu agora, sempre soube, somos distintos, sei eu agora, sempre soube, e neste caminho perdi-me e agora luto para que sejas igual...agora quero que me entendas sem que eu te entenda, agora espero de ti, o que não é natural, e dou-te o que sei e, o melhor que há em mim, mas parece não chegar. 

És diferente de mim, e depois??? Porque me importa isso, se sempre foste, que esperava eu deste caminho de diferença? És quem eu amo, és um ar que eu respiro e conheço, és quem eu admiro, és quem eu adoro e preciso, mas de repente parece que vejo em ti coisas que não gosto...és diferente de mim.

És em quem eu confio, és quem eu quero ter como companhia, mas de repente parece que não me queres a mim, ou sou eu que não sei ler, não sei estar no teu lugar. Que queres tu de mim? Será que sei...Que quero eu de ti?

És diferente, eu sei, e depois? Faz diferença? Quero que não sejas, ou não sei eu agora aceitar essa diferença, e com vontade continuar a fazer disso o meu desafio. Não me entendes parece-me a mim, não te entendo parece-te a ti...que linguagem falamos nós nestes momentos, em que nos olhamos e só vemos a diferença? Em que vemos estranhos e não amantes antigos.

Quero eu agora harmonia e paz na relação, como se duas metades nós fossemos, e com isso ver morrer o que somos? 

Será que morríamos na igualdade? Será que nos entendemos desse modo?? Será que esta igualdade nos faria um complemento? Um melhor entendimento? Ou essa igualdade secaria o terreno em que plantámos um começo, e deixamos crescer o nós que somos? Será que há mal em estar em baixo, quando estás em cima? Será que sei ser feliz ou infeliz, sem que tu estejas comigo na tua diferença? Será que sei continuar a dançar contigo, daquela maneira que nós sabemos, só nós?




O que me enamorou em tempos não está cá agora, ou eu estou mais renitente em lutar por subir essa diferença, escalar esse desafio, e dançar à tua volta fazendo-te de vez em quando seres igual, outras vezes cedendo eu, e sendo eu a perceber que não posso ser diferente.  Porque já não olho eu para ti, com a curiosidade de querer conhecer? Porque já não quero eu entender a tua diferença? Porque já não vou eu a meio caminho, ou o caminho todo, só para te ter?

Olho-te e questiono-me se sempre soube quem és, se sei quem foste?

Mas, que digo eu...não desistas de mim, e que eu não te perca agora...que eu encontre forças para lutar e se te quero tanto, vou fazer com que sejamos metades iguais, e metades diferentes, e vou fazer com que seja essa a natureza do nosso amor, que seja esse o desafio.
Não desisto de ti, e todos os dias da minha vida, ao teu lado, vou querer beber da tua diferença e lutar para que me entendas, vou discutir todos os dias, para que falemos a mesma linguagem, até que nas nossas diferenças, haja uma linguagem comum, em que eu e tu, somos um do outro, diferentes, e depois???
Será que isso importa?
Somos diferentes, e depois?
Depois seguimos em frente, um do outro, a lutar por sabermos quem somos, e a sabermos dar ao outro o que o outro quer, não o que eu quero dar, a pedir ao outro o que eu quero, não fingindo gostar do que recebo, se assim o não desejar.
E assim seguimos diferentes, capazes de aprender a amar e a tolerar, a aprender a ser melhores e a sermos maiores que nós mesmos, nesta união de diferenças que junta forças capazes de vencer os desafios, que vive uma luta diária, mas que com isso carrega uma chama de vida e paixão, que não apaga, que resiste, não desistas de mim, que eu não desisto de ti.
Somos diferentes...vamos em frente, e depois?
Logo se vê...

Sem comentários:

Enviar um comentário