Numa sociedade em que cada vez mais, nós pais, nos encontramos a dedicar e a focar grande parte das nossas vidas, senão toda a sua totalidade, em torno da educação dos nossos filhos, encontramos-nos num grande dilema…quem são os heróis de quem podemos falar, e que tenham uma ligação verdadeira, ou real, ao seu mundo actual.
Claro que nos podemos referir aos
avós, mostrando como o seu esforço e dedicação nos levou a sermos quem somos,
falar dos seus feitos e das suas conquistas. Podemos ainda, usarmos-nos como referências,
para que em nós eles possam ver um modelo a seguir, fazendo valer todos os
valores, a moral, o altruísmo, o desejo de um futuro melhor, mas estes modelos,
já são usados por eles, sem que seja necessário um esforço adicional…quando
falo em crise de heróis, falava daqueles que podíamos referir, que fazem parte
da comunidade pequena, da alargada, no País, no Mundo, e que lhes permite
sonhar, com ser mais, “ser como nós”, ou como esse alguém que não deixou de ser
capaz de influenciar indivíduos ou gerações.
Recordo-me do orgulho com que
vestindo a minha farda de escoteira, me arrepiava e emocionava ao içar a
bandeira nacional, ao cantar o hino, ou a representar o meu País, como se todas
estas coisas me fizessem sentir parte de uma família maior, como se estas
coisas todas me obrigassem a ser melhor, a querer ser maior.
Não era só invadida de histórias
sobre nomes internacionais, era também partilhada a história da minha nação, da
luta de quem cá vivia, dos trabalhadores honestos, dos bombeiros, dos
presidentes, dos médicos, das pessoas a fazerem o bem, daqueles que se
esforçavam por conseguir uma qualidade de vida que passava por ajudar o
vizinho, por deixar exemplos comunitários que se contavam e passavam.
E agora, claro que ainda há muitos
pequenos exemplos, mas de repente sendo mãe, e querendo que eles se apeguem ao
País, ao hino, à comunidade, que sejam heróis no seu e no meu coração…vejo-me
confrontada com uma crise de heróis…em que até o homem-aranha teve de
desenvolver um lado negro, de vilão, para cativar audiências, para demonstrar
que também se idolatram os lados maus, escuros, ocultos…
Eu, só lhes consigo falar das
“pequenas” grandes pessoas da nossa comunidade, que são exemplo de luta, de
entrega, de trabalho, de amor ao próximo…mas não me posso alargar muito, pois
caio na situação deles mesmos me chamarem à atenção para o facilitismo da nossa
sociedade, para a desonestidade, para a injustiça, para a falta de patriotismo,
simpatia, amizade…que vai caracterizando a nossa nova sociedade que de alto
devia exemplificar.
Vamos todos reflectir, por nós,
pelos nossos filhos, pelos filhos dos outros e pela nação.
Vamos todos dar
exemplos, por pequenos que sejam, para criar heróis...para que contemos
histórias de bravura e de integridade…e para que todas as crianças destas
gerações, saibam o que é ser Pessoa, terem exemplos a seguir e saibam o que é
ser Português!
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