terça-feira, 5 de março de 2013

Ser mulher...

Hoje quero reflectir sobre este ser, que sou, e que somos muitas, e que nos faz pertencer a um grupo diferente, com características muito nossas e formas de estar e ser muito diversas não só entre nós, mas que essencialmente nos diferenciam do grupo do sexo oposto...

Quero reflectir sobre os papéis que desempenhamos ou que nos exigem...e sobre aqueles que representamos por prazer e vontade própria...falar sobre coisas que nos fazem felizes...coisas que nos dão prazer, e que muitas vezes nos esquecemos de fazer...

Quero que pensemos na nossa capacidade de seduzir, de nos acharmos bonitas e conseguirmos conquistar os companheiros que amamos e nos vêm dessa mesma maneira, com os nossos olhos, e muito mais ainda, se nós nos admirarmos, e gostarmos de nós...podemos ser uma arma sedutora fatal para o nosso companheiro, pois aos seus olhos de amor, todas as nossas características os atraem a nós, salientando a nossa capacidade de dar e de nos entregarmos...

A nossa capacidade de rir, de seguir em frente perante as adversidades  a capacidade de levar o murro no estômago,  o pontapé da vida...e depois de uns momentos, a mulher, agarra, arregaça mangas e segue caminho, procura soluções...ataca o problema de frente, e deixa para trás a tristeza...e como essa nossa força e este nosso riso, ou garra, atraímos os nossos companheiros, pela admiração que nos nutrem...Um riso nosso, aberto, solto, agrada-nos a nós porque nos deixa feliz, e agrada a quem ouve...pois arrasta positivismo para estas lutas diárias.

A nossa capacidade de mistério, não só pelo que é velado, mas porque funcionamos de um modo interior completamente diferente dos seres com quem partilhamos grande parte da nossa Vida...inventamos histórias, fazemos filmes, contamos todos e mais um detalhes sobre qualquer situação que tenhamos que viver...e guardamos muitas coisas no nosso interior, temos olhares de mistério, que agradam o outro, e que na realidade revelam que no nosso interior, estamos sempre em constante questionamento e pensamento...poesia ambulante...labirintos de ideias a realizar e por realizar, sonhos que vamos desenhando...e esperando concretizar...

A capacidade de trabalho, gerindo não só um trabalho no exterior da casa, que muitas vezes não é apenas um trabalho, mas sim uma carreira, obrigando a uma grande dedicação...o trabalho da casa, que ainda que seja partilhado, a gestão continua na sua maioria nos braços da mulher...saber se há coisas em casa, onde, que roupas é que são de quem? Onde estão guardadas as coisas de Carnaval, a manteiga no frigorífico...

A capacidade de gerir, de fazer diversas tarefas ao mesmo tempo, conseguindo uma rapidez de execução...assegurando muitas vezes uma harmonia de funcionamento na casa, nas rotinas...a capacidade de dar um toque feminino, por onde se passa, apanhando as pequenas coisas que se espalharam e estão fora de sítio, uma rotina muitas vezes recheada de pequenos pormenores e minhoquices, que ninguém nota, mas quando não é feito, alastra-se e aparece uma forma de caos... 

A capacidade de maternidade, de ser mãe...de dar à luz, de sentir dentro de si o desenvolvimento de um ser, que mais tarde lhe ganha o coração, e o expõe no exterior. 

Que a faz viver pendurada num fio, com dois cérebros em funcionamento, um que faz a Vida normal e outro que se foca na existência destes seres que de nós vieram, e em quem estamos "quase" sempre a pensar...e a tentar zelar por eles numa tentativa falhada de omnipotência...profissão que assumimos em total zelo, sem folga.


Ser capaz de uma paixão eterna, arrebatadora, numa entrega permanente, desde que se sinta acarinhada, e se sinta "a tal"...

Capaz de uma dedicação forte e total em troca de poucas coisas ou gestos, no dia-a-dia da relação, gosta de se sentir especial, gosta de saber que é admirada, de receber agradecimentos pelos gestos de amor indirectos que a toda a hora tenta entregar ao outro, como símbolos escondidos da adoração que nutre...capaz de entrega sensual no sexo, na cama, se sentir apaixonada no cérebro...se a sua fantasia for alimentada ao longo do dia, através de namoros eternos...notas, sms, mensagens, um olhar secreto, um telefonema rápido, uma margarida roubada...

Ser intenso e simples, que tem uma beleza natural, quando se sente amada, quando se sente retribuída, quando se sente realizada e feliz...

Seduz num gesto, num sorriso, não precisa de artimanhas e complexidades para alcançar feitos desta natureza, na sua naturalidade, sem jogos, consegue emitir uma luz de estrelas, desde que ame e queira...

Ser diferente, que desperta a curiosidade no sexo masculino que funciona de um forma que às vezes é misteriosa para si própria, mas que sem dúvida, na sua diferença reside a atracção...o mistério, a vontade de pertencer.

Mulheres, vem ai o nosso dia...vamos perceber que somos guerreiras em mundo de homens (porque ainda assim é na maioria das situações), somos mães, companheiras, filhas, amantes, netas, noras, amigas, madrinhas...e embora sejamos tudo isto, parece que nada nos chega, e que queremos sempre a perfeição para todos os nossos sonhos e objectivos...vamos-nos uma vez, um dia, um momento dar-nos nota 10 a todas...



Somos todas Mulher 10...
  

Mudança...

Salto no escuro,
desafio ao próprio...
encanto no desconhecido,
esforço dado ao outro...
vitória minha,
celebrada em nós...
Arriscar no incerto,
com certezas infinitas,
porque eu sou,
porque eu estou,
pois tu és...
porque tu estás...ao meu lado...
Mudo...
por mim,
por nós,
por uma vida melhor...
Mudo...
porque quero,
porque sonho...
Sou brisa, sou vento ou vendaval,
em terra fértil,
banhada de água celestial...
sou fogo e ferro,
e forjo um novo eu,
só para ti,
só para mim...em nós.

Liberdade

Sentir que existo,
livre...sem correntes,
sem atilhos,
com desejos e sonhos...
livre de censuras,
de pesos sociais...

Acreditar que sou capaz de tudo e por todos,
lutar para que assim seja,
não desmorecendo...
porque livre sou...

Existir porque outros existem,
em mim,
em nós...

Poder ser e estar, ou desaparecer...
em total aceitação, dos que me rodeiam...
receber sem dar, e dar sem receber...
amar perdidamente,
com paixão nas veias...
voando baixinho sobre o mar,
a sonhar com as estrelas.

Subir à montanha,
com garra, com força...
e, descendo de roldão...
rir de mim mesma...

LIBERDADE

Dona da Vida,
vibrante de alegria,
recheio-me de paisagens,
que encontro nos sorrisos de quem passa...

Vejo luas e estrelas,
nos cantos dos olhos...
de quem ama, e em mim se atravessa...

Sinto as asas da gaivota no cabelo,
e a maresia na face,
respiro...
ares de montanhas,
perto e longe,
com cenários verdes nas mãos...
que me libertam do cimento desta região...

Sinto-me livre...
liberta para ser,
viver uma vida finita,
de infinitos prazeres...

Liberto gritos surdos,
de alívio e paixão...
estou viva, e sou dona do meu destino!

Estou livre e viva...
...na liberdade plena,
de quem se entrega de alma e coração...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Relações perfeitas e infinito, príncipes e sapos...

Uma relação começa sempre bem, com paixão, romantismo, humor, carinho, compreensão, tolerância, aceitação do outro, graça pelos pequenos defeitos...

São feitas juras de infinito, promessas de eterna paixão, entrega e dedicação total, fusão de dois em um, todo o tempo é a dois...

E depois...começa realmente a relação, com dois verdadeiros seres, que realmente se amam,mas que vão aprender o trabalho que dá manter estas promessas, principalmente as que não são fazíveis...

Hoje em dia, sabe-se de casos que a duração entre o primeiro momento e o segundo chega  a ser menos de seis meses, e sai o pedido de divórcio, em contraste sabemos de muitas relações (em média pelo menos quase 50%), que sobrevivem a estes dois estádios, e passam ao terceiro...viver a vida real a dois, três, ou n...tão felizes quanto são, nos momentos todos que podem...numa entrega em constante revisão e ajuste.


Nenhum dos momentos é errado, são todos naturais, necessários, e podem muitas vezes repetir-se em ciclos...o segredo para não pertencer aos 50% que terminam, que devolvem o companheiro à proveniência, é ir vivendo cada estádio, com as devidas ferramentas e sempre com a ideia de que vão tentar cumprir, até as promessas não fazíveis...

O desafio é conseguir manter um respeito pelo próprio que permite perante o companheiro defender aquilo em que acredita, aquilo que precisa enquanto indivíduo para ser quem é. 

É conseguir respeitar o companheiro, o suficiente para o conhecer, saber aquilo em que acredita, aquilo que precisa enquanto indivíduo...

E, é também saber descobrir, que existe um espaço comum, onde ambos existem e coexistem, onde por esses mesmos movimentos de respeito, vão ter de encontrar, ou arranjar, um território comum, interesses comuns, entregas satisfatórias para ambos, momentos de união e entrega que permitem amar o outro em todas as suas dimensões...

Acreditar que numa outra relação poderei ser mais feliz, e ir à procura de um outro companheiro, como procura de felicidade, é uma ilusão, pois todas as relações, ainda que comecem perfeitas têm tendência para evoluir para fases de dificuldades e desafios, de descoberta de defeitos e vícios, ou coisas menos boas, ou completamente intoleráveis.

O esforço deve e tem de ser feito na relação em que se está (salvo, claro, em situações de abuso), pois esse esforço aplicado, renova constantemente a relação actual, criando oportunidades de partilha, felicidade, reajustes, reencontro, paixão... uma viagem entre estar com o sapo e o príncipe, entre estar com a bruxa, ou com a princesa...é o jogo de saber activar o que gostamos mais, aprender a evitar o que despoleta o que não se gosta...é uma dança entre discutir, aceitar, e perdoar (onde é que eu já ouvi isto?!).

É ACREDITAR, que se pode mudar os aspectos negativos da relação, não da pessoa...É acreditar que é possível mudar pequenas coisas todos os dias, para tornar as nossas vidas mais agradáveis, mais toleráveis, para facilitar a vida do outro e a nossa, é não competir, e estar ao lado, em equipa, numa dança equilibrada, articulada de tal maneira, que um está com o outro, e substituem-se sem diálogo...não competem e não desistem.

Existem relações perfeitas, príncipes e princesas...existem sonhos, que resultam de muito trabalho, investimento e dedicação, e estão ao alcance dos nossos corações... basta decidir investir e não desistir!

Pensem nisso...

Impasses...tempos para mim ou para ti...

Na relação a dois, existem momentos em que acordamos ao lado um do outro, e embora saibamos que gostamos um do outro, também sabemos ou descobrimos que aquela pessoa, deitada ali ao meu lado, mudou, e, ou eu me fui mantendo a par dessa mudança, ou acordo literalmente deitada com um estranho.

Esta situação, muitas das vezes gera discussões grandes sobre, acusações de mudança por parte do outro, de já não ser o mesmo, de ter mudado as regras do jogo, de já não se sentir a mesma coisa ou de não ter a certeza de sentir a mesma coisa...e por ai fora...questionando caminhos a seguir, direcções...


Nestas alturas, os casais às vezes questionam a intensidade dos afectos, se ainda há paixão, se é preciso um tempo, se é para sempre ou não...sentem-se amarrados a uma relação que não parece ser a mesma ou satisfazer da mesma maneira...

Há mais discussões porque parece que não se concorda com nada do que o outro diz ou faz, mas ainda, andamos a investigar tudo o que não está bem. 

Como que de repente tivesse de fazer sentido ter uma série de argumentos, para perceber que somos diferentes um do outro, e que agora ainda podemos ser mais, como se isso já não fosse na maior parte das relações a condição mais presente, pessoas diferentes atraem-se, e normalmente resulta....

Por isso, nestas histórias de impasses entre o meu eu agora, o teu eu agora, o nós agora e o que fomos os dois antes...nesta estrada de Vida que de repente parece em obras ou fechada, que não nos permite com facilidade continuar placidamente o meu caminho...

Há que crescer, e num ambiente seguro, criar condições para darem a conhecer um ao outro, estes novos seres, e a sua nova pirâmide de valores e prioridades, assegurando que ambos falam, se dão a conhecer, e que nesta fase não discordam, discutem ou tentam mudar a opinião do outro, tentam só conhecer-se ou reconhecer-se....

Acabada esta primeira fase de tomada de consciência destas novas entidades, e dos possíveis caminhos ou alterações de caminho para o casal, para a família, há um segundo round de conversas, discussões, debates, de forma a fazer com que as pirâmides de valores, de desejos, de prioridades, de ambos, sejam o mais respeitadas possível.

E, em conjunto consigam acabar por se encaixar, e criar uma nova pirâmide comum, que vai agradar q.b. a ambos, e que após cedências de ambas as partes existe uma sensação geral de conquista, de bem estar, de justiça, pois sentimos-nos os dois entendidos, respeitados, e incluídos nas mudanças...

Sentirmos que somos dois no mesmo caminho, fora de impasses e de tempos desnecessários...a viver a nossa Vida.

sexta-feira, 1 de março de 2013

A culpa até é dele(a)...


CULPA...sentimento terrível, pesado, cruel, sádico, que se vive por dentro e que se empurra para fora...que se joga entre um e outro, pois na realidade ninguém o quer, no entanto, criados a acreditar que alguém tem sempre de ter a culpa de alguma coisa...então, quem tem é ele ou ela, e não eu...porque eu não quero sentir tal coisa.

Nesta reflexão não vou estar com muita poesia, ou malabarismos de palavras, vou em curtas mensagens e imagens, mostrar que este processo é estúpido, vazio, e carrega demasiado peso nas nossas vidas, fazendo com que metade do tempo, durante o qual podíamos estar bem com o outro não estamos, ou porque nos culpamos a nós, ou porque os culpamos a eles.

E, mais, após sentir tal sentimento, que embora vazio e despejado de qualquer valor, sinto-me melhor comigo, porque expiei sentimentos para este adjectivo ou nome, que só serve a utilidade de nos fazer ficar melhor, ou tentar, por questões associadas a algo negativo - a punição, o pecado ou a expiação, por actos que muitas das vezes não chegam ao alvo do nosso interesse.

Primeira reflexão...

Não importa de quem é a culpa, pois garanto-vos que sofrem os dois, e muito...e sofrem sempre a dobrar, triplicar, consoante mais ou menos pensativos forem, porque começam a questionar porque se zangaram, e sentem culpa disso, porque não foram justos e sentem culpa disso, porque o outro se zangou, e coisas boas que iam acontecer já não vão, etc...é exponencial...e se além da culpa vem depois o orgulho...então algo, que se resolvia "em duas penadas", pode levar dias, semanas, meses...ou nunca se resolver dependendo da mágoa que deixa. 

Conclusão, se sofrem os dois...querem mesmo ir por ai? 

Perguntem-se sempre a vocês mesmos, antes de começarem uma linha de argumentação com o outro, em que o que justifica os vossos sentimentos, pensamentos ou acções, começa por saber identificar a culpa do outro.

Segunda reflexão...

A culpa destrói tudo por onde passa, e não há orações, boas-acções, pazes, prendas...que apaguem as memórias e os danos, muitas vezes é quase que pensar, que tem de ir tudo abaixo, para construir de raiz...

Não estar bem com quem amamos, mesmo sabendo que a "culpa é deles", alivia tanto, como carregar numa nódoa negra...como bater com o dedo pequenino do pé na esquina de um móvel...é reconfortante...

Claro que não, é um movimento para ganhar um tempo oco, vazio, doloroso, de orgulhos e medos, que afastam, e magoam o alvo e a seta.

Terceira reflexão...


Baixar a guarda, abre espaço para falar, ouvir, e perceber, que na maior parte das vezes as acções do outro não foram com má intenção, não foram para nos magoar de propósito, pois eles não são seres assim tão maus...

De outro modo, vocês acham que gostariam uns dos outros...culpa é cobardia, é não pensar nos nossos papéis, numa dança que é sempre a dois...


Quarta reflexão...

Que carrego desnecessário...

(Tom sarcástico ou cáustico) A vida já nos poupa tanto, já nos dá tudo o que queremos, e vivemos num tal pleno paraíso, que a única forma lúdica que encontramos para nos divertir e trazer algum alento às nossas vidas monótonas de tão felizes que são, é trazer pedras e pedragulhos, para as nossas costas e das dos que amamos, para carregar de um lado para o outro, sem saber porque...talvez seja só pelo exercício....

Quinta, e última reflexão...

A CULPA é muito preguiçosa...pois permite-nos ficar no nosso canto, quietos, achando que no outro canto está a culpa de tudo, dos nossos males todos...sofrendo como vitima...sofrendo com males de amor, mas desistindo da capacidade que todos temos de sr agentes de mudança, da nossa mudança, e da mudança dos outros...pensem nisto!