segunda-feira, 22 de abril de 2013

Hoje...levarei...

Hoje,
acordei...na noite,
carregada de sonhos,
que não sou...
que ainda não fui,
e desejando ser futuro...

Hoje,
desejei,
ter forças de Adamastor, enfrentar marés...
ganhar coragem de leão...
e nos passos do caminho
encontrar tempo,
para ser quem sou,
numa luz,
que me ilumine
e, me dê tempo...
céu,
mãos e forças para escalar...

Hoje,
chorei o que não chorei,
com coragem de mudança,
para erguer o futuro,
com vontade,
e na minha caminhada,
encontrar o Norte,
que me trace e destine,
o encontro entre os sonhos...
e, a minha realidade.

Hoje enamorei-me,
uma vez e outra,
pela Vida,
pelo caminho,
pelo destino,
que fecho em minhas mãos...
e liberto devagarinho,
saboreando...
os tempos infinitos,
de que me tornei dona,
por acreditar,
que desta Vida levarei...
tudo o que desejei.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

TERNURA

Ternura...

Que sentir,
tão intenso, 
tão puro...belo...
É sentir que nunca estou só,
contigo,
com os outros...

É sentir que estou em casa,
no coração dos outros.
É sentir,
que sou parte e dou partes de mim...
Que me perco na entrega,
sem querer,
e, sem saber...

É sentir,
uma inundação de amor,
no peito,
que surge de tudo e de nada,
que me força...
a dar,
e não importa o receber.

É querer que o outro seja,
...quase que mais do que a Vida...
É desejar mais o sorriso do outro,
do que o nosso,
é tremer,
ao sentir o outro feliz,
é nos lábios dizer amo-te...
em silêncio profundo.
É no abraço,
beijar o cabelo,
É no afago, querer mãos de veludo.
É no olhar prometer um futuro risonho,
e, é no peito carregar
o afecto...
que transporta o outro para um mundo mais que perfeito.
É amar, mais, muito...
para sempre,
mais além,
para lá de onde se vê...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mentira

Mentira...
são as tuas promessas,
os teus olhares...
que inventam histórias de encantar,
seduzindo corações,
no desespero de se entregarem...

Falta de verdade, trazem os teus gestos,
nos encontros que prometes...
na deslealdade que carregam palavras tuas,
e na entrega, que finges fazer.

Fingimento,
é o carinho e o deleito,
com que me escutas...
e perguntas,
por aquilo que sagradamente,
guardo dentro de mim...

Mentira,
é esta Vida,
que nos promete pedaços de céu,
abraços eternos,
beijos selados...
a corações ansiando,
por um amor só seu...

Mudança...


Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.


Érico Veríssimo

Mudança...

O que nos leva a mudar?
Porque não mudamos, quando não estamos bem, ou nos sentimos mal com o momento que vivemos da nossa Vida...?
O que nos assusta na mudança?

Nós somos seres de hábitos, de conforto, de rotinas, que nos orientam, nos estabilizam, nos ensinam a viver em equilíbrios, ainda que estes possam ser imperfeitos, ou mesmo desconfortáveis. Ainda que consigamos dizer, ou expressar que o que vemos e vivemos em nosso redor, nos deixa insatisfeitos. 

Pensem o tempo das nossas Vidas que passamos, a falar sobre como as coisas deviam ser, sobre o que um dia havemos de fazer, sobre a nossa lista de coisas por conquistar, os nossos moinhos de vento...e ainda, sobre como o "João" ou a "Maria" deviam ter feito as coisas de modo diferente... 

De como nos colocamos nos lugares dos outros e com facilidade opinamos sobre o certo e errado, sobre como nós faríamos se fossemos nós, como criticamos os políticos, e o estado da nação, como se não tivéssemos qualquer papel nessa mesma situação  Esta é a realidade humana, ser capaz de refletir,  olhar em volta, e conseguir fazer uma análise crítica da realidade. Mas depois, sermos também capazes de nos deixarmos cair num comodismo de conforto, que nos torna incapazes de agarrar, ou iniciar de forma simples e linear o auto-desafio para o processo de mudança, que sem dúvida absolutamente nenhuma tem de começar em nós.

Seja um processo pessoal, por algo que desejo muito (ex.: perder peso), seja por algo ambiental (ex.: ter cuidado com o consumo de água), seja por algo relacional (ex.: ser mais cuidadoso, ou dedicado ao outro), seja pelos motivos que forem, mesmo com as motivações mais intensas, não deixa de ser um processo difícil de concretizar, muito assustador, e muitas vezes impeditivo de um começo fácil.

Isto, porque lutamos contra o medo de perder o que temos, a linha de conforto com a qual já vivemos, para saltar para o desconhecido, e para esse salto inicial, é necessário criar energias próprias impulsionadoras, que nos levem a desejar mais o que se vai "poder" vir a ter, do que o que se tem. É uma questão de conseguir, para dar o impulso inicial, ter uma atitude de mudança, que me empurre, me propulsione nesse caminho.

É acreditar que a pausa que faça na Vida que tenho, e o arriscar da descoberta de uma Vida nova, pode valer a pena, para ter tudo o que quero e preciso, para ser mais feliz, para deixar de me "queixar" pelos cantos, relativamente ao que não muda, ao que permanece igual,  e com o qual não concordo, ou não me faz feliz.

É acreditar que temos energia, capacidade, poder, desejo, suficiente para em gestos nossos, conseguir levar a mudança ao mundo, primeiro, aos que nos rodeiam, senão a nós próprios...e nesse processo de auto de fé, arrastamos os nossos comportamentos, no dia-a-dia para, a mudança, para querer mais, e mais, e connosco, fazer com que outros nos oiçam, nos respeitem...nos sigam.

Numa rede e apoio, que depois não precisa de alimento, pois faz com que um movimento inicial se torne perpétuo...no acreditar. No fazer. No marcar da diferença, porque se iniciou, e de alguma maneira, o que se inicia tem retorno, mais cedo ou mais tarde.

É vencer o medo, a inércia e conseguir que dentro de nós acreditemos que temos de travar duas lutas intensas, uma contra nós mesmos e o nosso comodismo, a nossa vontade de estarmos quietos, e a luta que temos a travar no dia-a-dia, com os outros, com os grupos, com as sociedades, ainda que apenas com um alguém, nos leve a conseguir que estes outros, acreditem e mudem connosco.






É provocar em nós, no profundo do nosso ser a necessidade de dar luz aos sonhos que transportamos, e fazermos acreditar que é o nosso tempo  de viver coisas novas, de vivermos em desafio com o que somos e o que queremos ser.

É impossível, que se conseguirem ouvir os vossos corações, as vossas almas, os desejos, vocês consigam, seguir caminho, pela mesma estrada, em frente, por caminhos certos, numa única direção, com um destino definido, sabe-se lá por quem, sem tentarem, no vosso intimo, começarem a libertar alguns desses receios e encontrarem, forças, vontades de concretizar pequenas coisas que vos podem mudar por dentro, fazer mais felizes, fazer quem vos rodeia mais felizes, encontrar sabor nas coisas que fazem parte das vossas vidas, e ganhar o controlo dela mesma, ainda que em pequenas coisas simbólicas.

Fazer caminho com o que vão sonhando e fazendo crescer cada vez mais dentro de vós uma alegria, uma infantilidade que vos quer levar mais longe. Que é ajudada com o ganhar de coragem, que as primeiras mudanças acarretam...com as consequências vividas por estas entregas intensas, que vos ajudaram a mudar, a ficar feliz, com o que conquistaram.

Conquistem a Vossa Vida, façam dela o que querem, não deixem nada pendurado, por medo da mudança...a Vida é uma prenda única, abre-se uma vez, e vive-se uma vez, não há "repeat"...por isso, vençam medos, peçam ajuda, mas não a deixem ficar aquém dos vossos desejos.

Boa mudança!!! Mudemos todos, levemos estas vidas a bom porto, não lamuriando, os caminhos que elas levam, como se não fossemos responsáveis por isso. Coragem é a palavra de ordem.

Verdade


Verdade...
é estar,
é ser...
e entregar tudo o que temos, sem reservas...
aqui, nesta Vida...
aos amigos,
aos amores...
à família.

É dizer o que se sente,
dizer-se o que dói...
no meio de abraços,
e de sorrisos,
de amor entregue,
protegendo...
mas não escondendo.

Quem me diz...
o que sou,
és tu...são vós...
nas palavras e gestos que me dão,
não me iludam,
na minha caminhada...
só é verdade, se for minha...
nas razões que vocês me dão.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Sinto...as limitações do meu ser...

Sinto...
sinto em mim as dores do mundo,
os arrependimentos das almas...
vivo em mim,
os tempos dos outros,
no desejo de ajudar.

Sinto-me,
pouco...
insuficiente,
por não lá chegar...
por não caberem no meu colo,
todos os que sofrem.
Quero tanto,
fazer passar, 
ter o condão,
de fazer desaparecer, a mágoa...
ou, renascer esperanças.
Pego-lhes com jeito,
como se se partissem,
dou-lhes amor,
deste lado do véu...
levo-os comigo, no coração...
carrego em mim a sua solidão.

Sinto...
que quero dar mais,
e, mais...
em desejos infinitos...
quero ir além, 
quero estar lá...
quero ajudar,
para além dos limites.

Sinto...
que quero dizer que tudo passa...
na dor...
Mas que injustiça,
...que frase maldita,
tão verdade,
mas, tão cruel...
põe-nos na espera de um tempo...
que supostamente vem aliviar,
aquilo que é agora insuportável.

Sinto-vos...
e prometo,
...faço compromisso,
em mim têm ajuda,
numa entrega presente...
num dar constante,
na esperança,
de vos fazer acreditar...
a cada sol que nasce,
que nasce também um novo dia...
e uma fé renovada em vós!

terça-feira, 26 de março de 2013

Paixão

Paixão...

Nos meus braços, na minha alma, habitas o meu ser, respiro-te, desejo-te, não consigo funcionar, anseio o momento de estar, vibro por dentro se penso em ti, não como...voo, não ando...estou apaixonada.

Estou jovem, louca, irresponsável, o meu sentir oscila entre amar perdidamente, e terrivelmente doer na ausência...com o meu coração pendurado em penas...que se agitam ao vento, e me fazem sentir o carrossel da Vida, em segundos.

Esta poderia ser uma definição de paixão, cada pessoa, a definiria em seus termos e palavras, mas basicamente é um estado de alma em que nós não somos nós propriamente, em que se gosta tanto de um alguém, que perdemos a noção de espaço, tempo, e das nossas necessidades mais básicas, perdemos as barreiras, ou as definições de onde somos nós e começa o outro.

Tudo voa, gira em torno do nosso sentir e do outro. É um estado de loucura, de vício, de entrega total e absoluta, em que se apaga, pelo menos por momentos a Vida real...podendo o adulto mais "crescido", mais responsável, ser mesmo irresponsável, inconsciente...imaturo.

Como tal é importante falar deste sentir, deste viver intenso, aqui, uma vez que nas minhas inúmeras conversas de sofá, muitos casais vêm falar do fim de tal sentimento, pondo em causa continuidades, questionando validades, futuro...como eu digo, na brincadeira, deitando o bebé fora com a água do banho (ditado Americano).

Falar da sua importância para um relacionamento duradouro, para os compromissos do para sempre, é extremamente importante, pois pode por em causa a sua continuidade. Falar sobre  a sua importância num relacionamento passageiro, também é importante, pois pode ditar sentimentos futuros, em relações mais permanentes, ou duradouras.

Por isso, falemos...

Estamos a falar de sentimentos tão fortes, que deixam  marcas e desejos tão intensos, que aceleram a Vida, o sentir... que fazem com que nada, mas mesmo nada, a seguir a sentir algo assim, saiba ao mesmo, tudo de certa forma perde um certo brilho, um sabor...pode tornar-se mais monótono, menos desafiante...usemos a metáfora de comparar a paixão, ao mar de inverno, revolto, com ondas inconstantes, altas, poderosas, brutas, repentinas, incontroláveis...e de repente, o amor, ou o carinho, o que fica, depois da tormenta, seria o mar calmo, tranquilo, sem ondas, sem agitação, mas profundo...

Como saber viver depois, nesta transição, nesta ausência de uma excitação suprema...como aguentar e apreciar a calma? Como renovar o sentir e aprender a viver estes ciclos na relação? Como fazer renascer a paixão, com o mesmo companheiro, uma vez, outra vez, e outra, para que faça sentido estar, ficar, amar e continuar a dar...não desistir.

Como viver o dia-a-dia, a rotina, a exaustão, tendo perdido o paladar, a intensidade, a adrenalina, que nos fazia mover montanhas, andar desertos, por cinco minutos de beijos, que não acabavam, sexo louco e selvagem.

Com muito trabalho, e com a estrutura ou as fundações no que remanesce, quando a paixão desvanece, o amor mais companheiro, um amor de mais partilha, união, caminho seguro, calmo...e dessas fundações, criar investimentos, não hesitar em perceber que o amor varia, tem tonalidades e intensidades, e que essa variância acarreta não a sua destruição, mas sim, a sua manutenção.

Se um beijo é dado de raspão, na urgência de tempos que não se têm, na fuga do outro...no não encontro comigo mesma, então um beijo não é beijo, é um ritual, uma palavra em forma de gesto, um olá banal. 

Um beijo, para ser beijo, para não deixar a chama apagar, tem de ter entrega, sabor, sensualidade, vontade de não perder, arriscar, desafio, cheiro e sabor...e tudo isto pode ser feito, dado, em segundos...os mesmos de um beijo casto, símbolo de uma palavra...isso nutre união, companheirismo, respeito, mas não alimenta o animal da paixão, a componente bravia do sentir, aquela, que mantém viva as áreas do corpo, do sexo, do fazer amor...que une também, e que renova ciclos.

Se se vive uma paixão, e se segue caminho, sem a relação evoluir, as nossas memórias físicas, sensuais, mentais, ficam invadidas de níveis de ardor, sentir, fogo...que não correspondem ao amor prolongado, após o auge do conhecimento, do enamoramento...por isso, atenção, após um relacionamento intenso, mas de curta duração, entendam, que se tiverem um também ele de começo intenso, mas com quebras, altos e baixos, não é a mesma coisa, não é sinal de que não é o tal, não é sinal do fim, é apenas uma diferente evolução do sentir, uma aprendizagem que tem de ser feita...para fazer durar, para perceber o que é preciso usar, para manter vivo o sentimento.

E cada um, tem diferentes formas de se acordar...uns redescobrem pelo beijo, pelo sexo, pelo  mimo, pela sensualidade do olhar, por mensagens eróticas e provocadoras durante o dia. Por toques descarados, ou destemidos. Por toques disfarçados, por surpresas sensuais, por massagens...

O que quero passar, destas conversas de sofá, é que a paixão reacende-se, e que é mais fácil, se as brasas ainda estiverem quentes, mas não é condição necessária. A paixão reencontra-se, é querer...é sentir que não pode um dia deixar de fazer falta, não pode um dia desaparecer, pois com isso não morre só uma parte do relacionamento, morre também uma parte de nós, que deve vibrar, respirar, pois contagia as outras áreas todas da nossa vida.

Libertem-se, a paixão é parte, é todo, é início e é reinício...a paixão é viver, a dois, a um e uma Vida!