
A minha vida decorre no aqui e no agora...mas em certos momentos viajo, ao futuro, para fantasiar o que quero para mim e para os que amo, sonho com momentos de ilusão, em que consigo construir os momentos que ainda não vivi, e quase saborear o gostinho que me dará, se assim se realizar.

No presente, vivo, e tento fazê-lo intensamente, não só porque assim me obrigam os meus desejos, mas porque assim me foram ensinando as lições da vida e as pessoas com quem me vou cruzando, e que na minha vida deixam marcas de sabedoria.
É um facto universal (digo eu, na minha ainda modesta amostra de sabedoria interpessoal), mas mesmo assim, nestas viagens há que ter cuidado, pois os propósitos podem ser bons, mas os resultados nem sempre são garantidos.
O que lá fazemos pode criar amarras em nós, saudosismos desesperados, que nos prendem nesses momentos, que na realidade são irrecuperáveis, e nos fazem ficar ancorados num momento, que na realidade sabemos que já passou, mas que na nossa vã esperança, vamos tentar repetir e emendar...crasso erro...Estas nossas tentativas esvaziam-nos, deixam-nos presos a algo que já foi, e que ainda que eu possa aprender a lição, tirar algo de positivo, de tais eventos, na maioria das vezes, se lá permaneço muito tempo, não emendo nada porque não posso, mas também não vivo, porque estou presa neste tempo que não existe entre agora e lá.
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Isto, porque na maioria das vezes ao viver o agora, que para esta minha reflexão eu quero que entendam que era o ontem, nós estamos a dar o melhor de nós, damos aquilo de que somos capazes nas circunstâncias em que estamos, e se damos o que há em nós, e o que temos connosco para dar, a dor do outro às vezes não é entendida, pois pode estar a ser ampliada, pela experiência, pela distância, pela saudade...O arrependimento, a incapacidade de ir cortando as amarras, conforme nos lembramos destes episódios, e vamos entendendo o que aconteceu, como aconteceu, e aprendendo que tudo tem uma justificação ou explicação, se conseguirmos viver os eventos pelos olhos de todos os intervenientes, faz com que este caminho pareça ter apenas uma direcção...e esta é a da culpa, da distância, da frieza, da amargura.
É um caminho que não resolve, pois estamos a tentar editar um filme que já saiu dos cinemas, e que não pode ser repetido de maneira nenhuma.

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É agora que posso usar todos os meus recursos, os meus sentimentos, as minhas energias para tomar uma atitude que permita escrever o futuro, em vez de me preocupar com o apagar de um erro ou passado, que não deixou de desempenhar a sua função.

Pergunto, seríamos os mesmos se o nosso passado fosse diferente? Conseguimos gostar de nós agora, por quem somos e fomos, e dessa forma entender que esta construção resulta de tudo o que vivemos e não do que gostaríamos ou poderíamos ter vivido?

A melhor maneira de escapar ao passado,
não é evitá-lo ou esquecê-lo,
mas sim aceitá-lo e perdoar.
Ophs! Já sei, já estou outra vez a falar daqueles "algos", que vos peço, que podem parecer simples, mas que não são, e que acima de tudo, faz com que vocês me possam dizer que dão trabalho, que às vezes parecem impossíveis de fazer. Verdade! É mesmo disso que estou a falar, mas para quem me vai conhecendo, eu sou persistente, e acredito em determinados fenómenos, que se receberem atenção suficiente, se simplificam, e nos permitem fazer aquilo que agora nos parece impossível.

É fundamental que dancem estas trocas de dar e receber, pedir e dar, estender e receber, sem contagens ou turnos...no fim bate tudo certo, se a entrega for mútua, é só nisso que têm de trabalhar. Nunca queiram ver a cara daquele que estende a mão que não é aceite, ou nunca queiram sentir o que é tentar acolher, e ver que o outro vos foge. Não se mascarem, caminhem seguros que o passado construiu a vossa natureza, no presente vocês aplicam-na, sempre a querer controlar a ilusão de um futuro, onde as vossas decisões de seguir em frente e deixar ir, são mais cruciais, do que as forças que se encontram fora do vosso controlo.
Escutar-te é aprender a viver melhor ...
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