Que máquinas estranhas nós somos...conseguimos muitas vezes oscilar de um sentimento profundo de nostalgia, para um de profunda alegria. Conseguimos, conter lágrimas, ou forçar risadas, conseguimos dizer o que não sentimos e esconder, bem escondido, o que verdadeiramente nos vai na alma, conseguimos dar o que não temos, e temos grande dificuldade em pedir o que queremos.
Passamos os dias a viver emoções, sentimentos, uns que duram tempos infinitos que nos custam a passar, como a angústia de saber de alguém querido, se está bem, se fica bem....ou momentos tão fugazes, que segundos depois, quase que não nos lembramos se os sentimos ou imaginámos.
Somos donos de um sensibilidade ou hipersensibilidade, ao mesmo tempo, que conseguimos ter armaduras tão resistentes, que ninguém nos afeta, jogamos sempre jogos de duas frentes, nuns vencemos, noutros perdemos, mas, na essência somos sentimentos, que flutuam connosco, durante os nossos dias, a dar-nos algo de volta desta Vida que vivemos, na tentativa sempre de nos encontrarmos, de encontrar alguém com quem partilhar e dar sentido a esta aventura, para chegar a alguns objetivos traçados, que nos farão, supostamente, fazer sentir bem, melhor, mais felizes e com mais emoções.
Fugimos de nos confrontar, a nós mesmos com as razões das nossas infelicidades, e perdermos um pouco de tempo a pensar o que podemos fazer para resolver parte das situações, dentro de nós reside esse poder, o poder de começar por nós, e sem medos olhar para dentro, mudando o sentir, deixando que novas emoções e sentimentos assumam controlo e nos deixem reparar o que não está bem...mas isso é difícil, isso requer que eu me permita a espreitar, eu permita o silêncio para que essas vozes ocultas dentro de mim comigo falem, e me digam, o que querem, o que lhes faz sentido...sentidos estes que muitas vezes estarão ligados à emoção e não à razão, mas será que estes não estão mais certos?
A minha experiência diz-me que se conseguirmos olhar bem dentro de nós, para as nossas dúvidas, e nos permitirmos, fazê-lo em silêncio, as verdadeiras razões e emoções emergem, permitindo-nos o segredo para termos as forças para a mudança...mas, nós muitas vezes refugiamo-nos por detrás das desculpas de que não há tempo, não há sossego ou capacidade para o exercício, e como o coelhinho do País da Alice, o tempo foge-nos à frente, numa velocidade que nos descontrola e nos ilude, deixando-nos impotentes, pensando que perdemos o controlo não só da nossa Vida, mas também das nossas emoções.
Mentira! Há sempre tempo, esforçado e suado, arrancado a ferros às mãos de quem o segura, mas há sempre tempo. Arranjem a coragem, sentem-se à beira-mar, ou rio, ou numa esplanada, respirem fundo, e foquem-se em vocês por um pouquinho, em silêncio, numa viagem ao vosso amago...15 minutos...e descubram, que sentimentos lá estão, que vontades por realizar, que desejos...e depois sigam caminho, cabeça erguida a respirar fundo e a sonhar com o que vão fazer para "agarrar" uma dessas descobertas e fazer algo com ela...agarrem a Vida! Os sentimentos têm de ser vividos, bons e maus, em pleno, pois estes são a vossa energia em forma pura, que vos permitem ir à procura de mais, para vocês, para os outros, para se entregarem e para exigirem entrega.
Sintam!! E venham-me contar como foi...
Está a ser muito bom, começar a agarrar o "meu" tempo ...
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