Cabe tudo…
não cabe nada,
angústias me
enrolam,
vontades me
sufocam…
E no vento da
minha mão, só me cabe a ilusão.
Espaços,
vazios,
permanências diminutas,
que não
chegam,
que não
saboreio…
carinhos
que não me chegam.
No espaço
do meu coração,
quero recheio
de Vida,
mágica ilusão…
quero as
tuas respostas,
quero um
aperto da tua mão.
Que sensações nos
invadem, se sentimos que há algo em nós que não está lá, não está preenchido?
Já vos falei de vazios, e é de vazios que quero falar de novo, pois estes
espaços de emoção negativa ou ausente, são pedras do tamanho de montanhas, nos
sapatos de cristal, com que avançamos na Vida, que acaba por muitas das vezes
ser um caminho sempre a subir…
Com pedras ou sem
pedras, com sapatos de cristal, ou não, quero caminhar, em frente, um passo de
cada vez, convosco, para chegarmos lá…vamos embora, preparem a mochila e pensem
comigo…

Se não conseguimos,
encontrar meios de cortar cordas, de dizer adeus a tais âncoras, fazendo com
que o processo nos resolva as questões passadas, então, não gozamos a caminhada,
e criamos espaços cada vez mais difíceis de viver com, as alegrias embaciam-se,
e cria-se uma dormência actual, que nos impede, de verdadeiramente viver no aqui
e agora…
Mas há soluções…como
em tudo, temos é de sentir que vamos comer este bolo, com uma dentada de cada
vez, para assegurar que chegamos ao fim.
Por exemplo, pensem
que uma das âncoras pode ser algo que não dissemos a alguém, e que esse alguém
agora se afastou, não faz parte da nossa vida, ou por exemplo, até morreu…que
podemos então fazer para cortar a corda, para seguir em frente…?
Vou dar apenas algumas
ideias, cada um de nós tem de encontrar a tesoura certa, para que consigamos,
este movimento de resolução, mas, há tesouras para todos...
Eu posso, escrever uma carta, dirigida a essa pessoa,
em que relato o que senti, interpreto o que se passou, peço desculpas, digo o
que gostava de ter dito, partilho o que o outro me fez sentir, e esta carta
pode ter de tudo, coisas positivas, negativas, verdadeiras, ou apenas
imaginadas, mas tem de lá estar, na sua essência, aquilo que eu preciso tirar
do meu peito, aquilo que eu precisava que o outro soubesse, para que eu me
sentisse solto, livre deste assunto. Quando acabar, provavelmente já se vai
sentir mais leve, e os passos seguintes vão depender das suas próprias opções,
mas podem ser coisas como as seguintes: enviar a carta se lhe fizer sentido; se for alguém que já não
está connosco, ler a carta em voz alta, com intenção, como se o estivesse a fazer em frente a essa pessoa e depois
quando se sentir capaz destruir a carta, dizendo adeus ao assunto; ler a carta
em voz alta, e deitá-la fora simbolicamente; guardá-la, junto de outras, e quando sentirmos que criámos um conjunto de mensagens, em que nos libertamos destes pesos, podemos decidir queimá-las a todas, enviar algumas, marcar um café com alguém com quem partilhamos os nossos sentires, etc...
