sexta-feira, 22 de junho de 2012

Espaços...

Espaço...conceito de...

Extensão indefinida que contém e envolve todos os objectos, o espaço é imaginado como tendo três dimensões:
  • Extensão limitada, intervalo de um ponto a outro: grande, pequeno espaço, e tudo o que pode ser intermédio.
  • A imensidade, a extensão dos ares: os corpos celestes, o espaço que nos transcende.
  • Intervalo de tempo: no espaço de um determinado período de tempo...por exemplo, um ano.
Ainda existe uma outra dimensão, que tem a ver com a questão do Espaço vital, que é o território que uma nação julga necessário adquirir. Para a nossa reflexão, quando eu falar em espaço vital, estarei a falar do indivíduo, e não da nação, pois nós seres humanos também temos uma necessidade de espaço a que denominamos o nosso espaço...
 
Hoje quero falar da nossa grande necessidade, de vivermos bem connosco e com os outros, objectivo este que se relaciona de uma forma estreita com o espaço que temos e damos. Claro que estarei a falar de diferentes dimensões de espaço, posso por vezes falar do espaço físico que nos é necessário para vivermos bem, para termos a noção do que é nosso, dos nossos limites geográficos, do nosso estatuto social, da nossa importância, etc., mas outros momentos, estarei a falar do espaço emocional, que também ele se associa a vivermos bem, mas que se não for bem cuidado, tem repercussões em nós bem mais graves, do que por momentos deixarmos de cuidar do nosso espaço físico. 
 
Espaço é liberdade, é escolha, é decidir a entrega e onde estar. Espaço é poder também pensar com quem quero estar, onde, e por quanto tempo...
E, nas nossas relações do dia-a-dia, muitos de nós temos dificuldades em saber gerir os espaços, e com isso, não só deixamos que todos eles se misturem, como também ás vezes, perdemos o controlo de nós nesses espaços, e pior, perdemos a noção de parar, de saber ser ou estar, de sentir, de viver bem, e nesta misturada que permitimos, por falta de assertividade ou disciplina própria, sofremos e sofrem os que partilham espaço connosco.
 
Parece confuso, mas não é, o que vos estou a sugerir, e que comecei, tentando introduzir este conceito, é que saibamos definir muito bem que espaço físico precisamos para estar bem. Por exemplo, quando falo com alguém de quem gosto, a que distância pode essa pessoa estar, mais ou menos próxima, pode tocar-me ou não, como me deixa se se aproximar mais, ou me disser algo, que me incomoda, que espaços invade, com a sua presença...e se eu não conhecer, ou não gostar? Preciso de mais espaço entre nós ou não? Penso que a resposta é sim, para quase todos nós, como é que asseguramos isso? Muitas das vezes com linguagem não-verbal, dando a entender ao outro onde deve parar...fisicamente, mas, como funciona isto a nível emocional, quando o meu espaço pessoal é invadido, uma e outra vez, e eu não sei como dizer, pois parece que a linguagem não verbal nestas questões não funciona tão bem...
 
E, que história é esta de invadir o meu espaço pessoal emocional?
Pensem em todos aqueles momentos em que não queriam atender o telemóvel, mas fizeram-no, pensem em todos os momentos em que queriam estar em silêncio a ler uma revista e alguém vos pediu para conversar um bocadinho, lembrem-se daquelas discussões em que vocês não queriam pensar mais no assunto, ou discutir, e o outro, insistiu...As sensações que relembraram, dizem-vos que o vosso espaço pessoal emocional foi invadido...
 
Mas, não são só os outros os responsáveis por estas invasões, nós também o fazemos, vejam por exemplo, aquelas vezes que saíram mais cedo do trabalho, e que em vez de pararem numa esplanada para respirar fundo e beber um café, ou irem dar uma caminhada, ou irem ao ginásio, ou irem à manicura, foram a correr culpabilizados buscar os vossos filhos à escola, pois já lá estão há tempo demais...ou aquela vez em que não queriam sair do sofá, mas foram arrumar a cozinha...aqui, também nós invadimos o nosso espaço pessoal, fazemos porque nos sentimos culpados, porque queremos ser melhores, porque nos descuidamos de nós, porque somos pouco assertivos ou disciplinados em saber manter ou até assegurar que temos, momentos nossos, que nos dão, um espaço, que precisamos, para estarmos mais tranquilos, mais em contacto connosco e com quem somos, o que queremos fazer e para onde vamos a seguir.
 
No conceito de espaço, recomendo vivamente, que durante o dia, a semana, o mês, se vão lembrando de respeitar o vosso espaço físico, não deixando que qualquer um o invada, respeitem também o vosso espaço emocional, não permitindo violações dessa atmosfera, sem a vossa permissão, e acima de tudo, nos dias que correm, que se disciplinem para conseguir criar cortes entre uns espaços e outros, de forma a irem renovados, de forma a conseguirem paz, tranquilidade, e não permitir contágio de ambientes.
 
Se eu for de seguida para casa, logo após trabalhar 8 ou 9 horas, cansativas, e por vezes stressantes, e assim que entrar em casa assumir a farda da dona-de-casa, sem antes, respirar fundo, e pausar de uma forma qualquer à minha maneira...desgraçados...dos tachos, dos miúdos e dos companheiros...pois que se preparem, não há espaço para ninguém.
 
Experimentem, fazer cortes entre ambientes e depois digam-me das vossas experiências, um destes dias deixo uma lista de exemplos para estes cortes e quebras...Boa semana!

1 comentário:

  1. Tenho feito desses cortes, dessas ante-câmaras ... uma premissa que se torne constante. Tenho-me sentido tão bem : ) )

    ResponderEliminar