quarta-feira, 20 de março de 2013

Culpas...

Acho que é dos temas mais abordados em conversas, neste cantinho meu...e eu gostava tanto de poder trabalhar este sentimento com todas as pessoas do mundo...

Muitas vezes em trabalho com os meus clientes, lido com a infelicidade gerada por se sentirem culpados de mil coisas, por mil anos vividos...ou tristes e zangados, porque um alguém tem culpas na sua maneira de estar naquele momento.

E eu quero fazer-vos a proposta de fazerem o seguinte exercício:

  1. Quando se sentem culpados o que sentem? Descrevam em duas ou três palavras.
  2. Quando se sentem culpados o que fazem? Descrevam o que fazem em relação à culpa (por exemplo: choro, grito com toda a gente, vou dormir, bebo...).
  3. Quando se sentem culpados, como é que sentem que a vossa vida é afectada? Descrevam mentalmente, o impacto de viverem essa culpa, no vosso registo do dia-a-dia...

E agora vejam comigo, provavelmente a maioria de vós, responderam que se sentem bastante mal quando vivem a culpa de algo, que provavelmente ficam sem sono, preocupados, tristes, irritados, sem paciência, e sentem que a vossa vida toda fica de uma maneira ou de outra, afectada por esses sentimentos, que beiram a impotência, de se livrarem do mal-estar que sentem.

Provavelmente só uma minoria respondeu à segunda pergunta com acções, de alívio da culpa, por exemplo por reparação, por pedir desculpas, por ir tentar resolver o problema, por perdoar, por deixar cair, e entender que muitas vezes essa culpa não é minha, ou não pode ser tão pesada assim.

Por isso pergunto, qual a vantagem de sentir culpa, se não estiverem na minoria que faz algo com ela...?

O que ganhamos nós com isso, se ficamos com ela nos braços sem saber que lhe fazer?
O que ganham os que nos rodeiam, ou como podem eles ajudar, se nós não fazemos nada com "ela"...

Não estou a dizer que sentir culpa não é importante e deve ser banal, estou a dizer que é importante porque nos ajuda a lidar com a nossa noção de valores e expectativas, e faz-nos ponderar as nossas acções e compromissos, e como nos comportámos em relação a nós e aos outros. Mas só é válida, se tomarmos a sua acção positiva, de mudança, de aproximação ao outro e melhoria de quem somos, pois, se a usarmos, para nos encostarmos a um canto, em total tristeza e desespero...a sua função é nula, ou é apenas a de apertar a nódoa negra para sentir a dor...por isso eu pergunto, querem ser masoquistas, ou vão tentar aliviar o fardo?  



Sejam felizes, não se culpem, analisem, melhorem, mudem, dêem...perdoem...sigam em frente, sem amarras.

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