Hoje quero reflectir convosco sobre desafios constantes, que a Vida nos vai colocando, quer em relações, quer em vivências, e que nos posicionam em situações de escolha, em que sentimos que...ou temos de desistir, deixar ir...ou temos de continuar a tentar...
Às vezes confronto-me com clientes que me dizem que estão num divórcio que não escolheram, pois por eles a luta para salvar a relação, para a tornar possível devia ter continuado. Eles não sentem que o seu amor se tenha acabado, que as hipóteses todas tenham sido tentadas, no entanto, vivem um momento da sua Vida, em que fazem o luto e vivem a perda, do que não queriam perder.

E agora?
Deixa ir...porque assim tem de ser, por respeito ao outro, porque o outro assim quer, porque supostamente assim é ou deve ser, ou pode tentar, querer, lutar, não desistir?
Quando eu própria não tiver forças? Quando eu já não gostar? Quando eu sentir que é demais ou que me humilhei?
Ou, há um momento, em que seja numa relação, ou numa outra situação, eu tenho de entender e por isso com o tempo aceitar, que há coisas que não vão poder ser.
Triste resposta que tenho para vos dar, das minhas aprendizagens de vida, de sofá, de livros, e de cicatrizes próprias...
A resposta é sempre diferente, pois vai depender de muitas variáveis, que nos momentos em que vocês estão, a viver a situação, a tentar decidir...vão estar presentes, em frente aos vossos olhos e em cima da mesa, mesmo que não as queiram ver.
E, sim há momentos em que temos de aprender a desistir, deixando ir, mas sentindo que é com a nossa paz também, pois percebemos que já não há nada a fazer, e é para o bem comum. É como que, essa pessoa, essa situação, esse bem, o emprego, etc., já tivesse feito cumprir a sua parte na vossa vida, e a vida restante, que se lhe segue, não passa por ter a sua presença.


Eu costumo dizer aos meus clientes, que não há sentimento pior do que acordar um dia sem algo, ou alguém, e sentirmos que tudo o que estava nas nossas mãos e ao nosso alcance, não foi feito...eu digo-lhes que estas sensações são amarras, feitas de cordas de marinheiro, presas a âncoras, no nosso passado. São pesos tão pesados, que nos magoam, nos angustiam, nos arrastam para o mundo do "e se eu tivesse...", para o mundo ainda maior do "e se...", e a vida torna-se num pesadelo, em que morremos aos poucos com arrependimentos, e tristezas, não contornáveis, pois ao passado não conseguimos nem regressar, e pior ainda, não conseguimos emendar.
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E, para acabar, volto aos divórcios, que às vezes não queremos...sem dúvida, nós sabemos que estamos a deixar ir, a perder, não só a pessoa, mas o futuro desenhado a dois, como planeado, um sonho montado com peças de ambos os lados, com riscos não previstos, ou sequer, calculados...mas às vezes, por muito que isso nos custe, e que realmente tenha que ser um acto heróico temos de sentir, que na opção do outro, esta resolução faz sentido, e nós só podemos lutar até um determinado ponto, pois ultrapassá-lo, pode colocar-nos a nós, não na tal mágoa profunda de não ter tentado, mas sim, no sentir de que me perdi, como pessoa, entidade, nesta caminhada quase cega, de reconquista ou não perda.
Cuidem de vocês, e façam-se sentir como um termóstato, que vos avisa quando é demais, se vocês quiserem prestar atenção...e ouvirem o vosso corpo, o vosso coração...e a razão, tudo em equilíbrio...vocês recebem as mensagens que vos protegem e que vossa fazem viver a vida em pleno.
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