sexta-feira, 1 de março de 2013

A culpa até é dele(a)...


CULPA...sentimento terrível, pesado, cruel, sádico, que se vive por dentro e que se empurra para fora...que se joga entre um e outro, pois na realidade ninguém o quer, no entanto, criados a acreditar que alguém tem sempre de ter a culpa de alguma coisa...então, quem tem é ele ou ela, e não eu...porque eu não quero sentir tal coisa.

Nesta reflexão não vou estar com muita poesia, ou malabarismos de palavras, vou em curtas mensagens e imagens, mostrar que este processo é estúpido, vazio, e carrega demasiado peso nas nossas vidas, fazendo com que metade do tempo, durante o qual podíamos estar bem com o outro não estamos, ou porque nos culpamos a nós, ou porque os culpamos a eles.

E, mais, após sentir tal sentimento, que embora vazio e despejado de qualquer valor, sinto-me melhor comigo, porque expiei sentimentos para este adjectivo ou nome, que só serve a utilidade de nos fazer ficar melhor, ou tentar, por questões associadas a algo negativo - a punição, o pecado ou a expiação, por actos que muitas das vezes não chegam ao alvo do nosso interesse.

Primeira reflexão...

Não importa de quem é a culpa, pois garanto-vos que sofrem os dois, e muito...e sofrem sempre a dobrar, triplicar, consoante mais ou menos pensativos forem, porque começam a questionar porque se zangaram, e sentem culpa disso, porque não foram justos e sentem culpa disso, porque o outro se zangou, e coisas boas que iam acontecer já não vão, etc...é exponencial...e se além da culpa vem depois o orgulho...então algo, que se resolvia "em duas penadas", pode levar dias, semanas, meses...ou nunca se resolver dependendo da mágoa que deixa. 

Conclusão, se sofrem os dois...querem mesmo ir por ai? 

Perguntem-se sempre a vocês mesmos, antes de começarem uma linha de argumentação com o outro, em que o que justifica os vossos sentimentos, pensamentos ou acções, começa por saber identificar a culpa do outro.

Segunda reflexão...

A culpa destrói tudo por onde passa, e não há orações, boas-acções, pazes, prendas...que apaguem as memórias e os danos, muitas vezes é quase que pensar, que tem de ir tudo abaixo, para construir de raiz...

Não estar bem com quem amamos, mesmo sabendo que a "culpa é deles", alivia tanto, como carregar numa nódoa negra...como bater com o dedo pequenino do pé na esquina de um móvel...é reconfortante...

Claro que não, é um movimento para ganhar um tempo oco, vazio, doloroso, de orgulhos e medos, que afastam, e magoam o alvo e a seta.

Terceira reflexão...


Baixar a guarda, abre espaço para falar, ouvir, e perceber, que na maior parte das vezes as acções do outro não foram com má intenção, não foram para nos magoar de propósito, pois eles não são seres assim tão maus...

De outro modo, vocês acham que gostariam uns dos outros...culpa é cobardia, é não pensar nos nossos papéis, numa dança que é sempre a dois...


Quarta reflexão...

Que carrego desnecessário...

(Tom sarcástico ou cáustico) A vida já nos poupa tanto, já nos dá tudo o que queremos, e vivemos num tal pleno paraíso, que a única forma lúdica que encontramos para nos divertir e trazer algum alento às nossas vidas monótonas de tão felizes que são, é trazer pedras e pedragulhos, para as nossas costas e das dos que amamos, para carregar de um lado para o outro, sem saber porque...talvez seja só pelo exercício....

Quinta, e última reflexão...

A CULPA é muito preguiçosa...pois permite-nos ficar no nosso canto, quietos, achando que no outro canto está a culpa de tudo, dos nossos males todos...sofrendo como vitima...sofrendo com males de amor, mas desistindo da capacidade que todos temos de sr agentes de mudança, da nossa mudança, e da mudança dos outros...pensem nisto!


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