Hoje o tema é complicado, é falar de algo que nos pode estar distante, ou próximo, e que tem a ver com a dor dos nossos filhos e os limites da nossa humanidade, enquanto pais.
Às vezes enquanto pais, somos confrontados com momentos dos nossos filhos, ou das suas Vidas, em que sentimos que já fizemos tudo o que havia a fazer, em que sabemos que não queremos, não podemos desistir, mas sentimo-nos a morrer na praia.
Por nos sentirmos até incompetentes e despojados de ferramentas, para lhes tirar a dor do coração, para os carregarmos ao colo de novo, e ninando-os, assegurar que vai ficar tudo bem, e perceber que eles acreditam em nós e nas nossas palavras.
Há momentos n adolescência em que os jovens se perdem dentro de si mesmos nas suas questões mais profundas, e que vivem numa tristeza profunda no seu sentir, sem fé, sem esperança, com medos intenso, com receio do futuro, a não querer crescer e a desejá-lo mais do que tudo, e estas lutas e cambalhotas, são difíceis são solitárias...
Mas nós pais, não podemos baixar braços, temos que lhes mostrar que o nosso afeto é superior e que não desistimos de os ajudar, ainda que contra as suas vontades. Temos de estar atentos aos sintomas, e fazê-los sair desse buraco escuro, ainda que eles não queiram, para que lhes sobre alguma sanidade, ou para que consigam ver alguma luz e esperança, que os anime a ter forças para lutar.
É estar lá, é refilar, zangar, mas abraçar, acarinhar, dar tudo o que temos para lhes dar, até os convencermos que por eles e por nós, a Vida tem de continuar, e para o caminho ser feito, tem de ser feito em parceria, em ajuda mútua, em aprendizagens contínuas...
É ajudá-los a criar esta fé ou esperança, de que mesmo quando eles estão sozinhos tristes, perdidos, e sentem dificuldade em encontrar o seu Norte, ou o seu propósito e objectivos, nós estamos lá, a pensar neles, a olhar por eles, nas nossas medidas, ao alcance dos nossos braços, e que só não fazemos o impossível, embora muitas vezes alguns de nós consigamos ir além do que a força humana parece suportar.
É ensinar a existência de um amor infinito, e o conceito de que o tempo nos ajuda a pensar diferente, a sentir as coisas com mais distância, é ajudá-los a ganharem perspectiva sobre as suas questões, ajudá-los a distanciarem-se do que os corrói, e assim, verem soluções, caminhos distintos, alegrias, ventos de esperança.
Mas para tudo isto, temos nós pais, que engolir receios, medos, desesperos, e na altura da crise, não hesitar e entrar pelo fogo a dentro...as queimaduras, as nossas, tratam-se depois, o que importa é socorrer, tirá-los destas garras que eles criaram e que os agarram, nesta escuridão sem esperança.
É procurar ajuda, junto de profissionais (psicólogos, pedopsiquiatras, etc.), e não deixar de zelar...ficando em estado de alerta...não baixar guarda, até que o perigo passe. Mas, não fiquem sozinhos, e não os deixem sozinhos.
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